Ontem, papéis ligados a commoditites recuaram

DA REPORTAGEM LOCAL

A China saiu da sombra da Grécia e voltou a estar no centro das discussões no mercado. Com o governo do país asiático em nova ação para tentar evitar uma expansão de sua economia acima do desejado, as Bolsas de Valores fecharam no vermelho em boa parte do mundo. Para a BM&FBovespa, o resultado foi uma retração de 0,41%. O dólar subiu 0,49%, a R$ 1,859.
Todavia, o recuo do ontem não abalou o resultado semanal da Bolsa brasileira, que encerrou o período com valorização acumulada de 4,93%, aos 65.854 pontos. No mês, o índice Ibovespa ainda está no azul, com alta de 0,69%.
O que a China fez foi elevar, mais uma vez, o percentual dos depósitos compulsórios dos bancos do país. Enquanto a Bolsa da China registrou alta de pouco mais de 1%, o mercado de ações caiu em Londres (-0,37%), Paris (-0,49%) e Frankfurt (-0,06%).
Wall Street não ignorou as notícias do gigante asiático, e o índice Dow Jones, que agrupa 30 das ações americanas mais negociadas, recuou 0,44%.
Na lista de baixas da Bolsa de Valores de São Paulo, destacaram-se papéis de companhias dependentes das oscilações dos preços das commodities metálicas no exterior -que têm na China grande consumidor e definidor do rumo do mercado.
A ação preferencial "A" da Usiminas sofreu recuo de 2,48%; Vale ON, teve perdas de 0,68%; e CSN ON caiu 0,34%.
O Ibovespa -que reúne as 63 ações nacionais mais líquidas- operou no vermelho praticamente durante todo o pregão de ontem. Na mínima, marcou perdas de 1,52%, quando foi a 65.122 pontos.
Quem evitou que o pregão fosse pior foram as ações da Petrobras, que não refletiram as perdas registradas pelo petróleo. Com quase 18% das operações realizadas no dia, as ações da Petrobras subiram 1,31% (preferencial) e 1,16% (ordinária). A notícia de que a petrolífera fez nova descoberta na bacia de Santos foi bem recebida.
Na semana, o papel PN da Petrobras registrou apreciação de 7,23%. Apesar de o ganho ter sido expressivo, outros papéis conquistaram retornos ainda mais fortes no período.
A maioria das ações do Ibovespa cravou ganhos semanais. Dos 63 papéis que compõem o Ibovespa, 52 encerram a semana com alta.
No topo dos ganhos, apareceram os papéis MMX Mineração ON (16,19%), Gafisa ON (14,60%) e TIM Participações ON (13,96%).
Na outra ponta, ficaram as ações Cesp PNB, com queda de 3,93% na semana, Usiminas ON, com baixa de 3,38%, e OGX Petróleo ON (-3,36%).

Eletrobrás cai 21%
Entre os papéis que não estão no Ibovespa, o destaque dos últimos dias foi a Telebrás. A ação, que tem subido amparada em especulações sobre seu futuro, terminou a semana com recuo de 30,53%. Apenas no pregão de ontem, a baixa foi de 20,87%. Mas no ano os ganhos ainda são elevados: 142,67%.
Como a BM&FBovespa estará fechada até a próxima quarta-feira, em meio ao feriado de Carnaval, novidades vindas da China ou da Grécia durante esse período tendem a fazer com que o retorno às operações seja um evento bastante agitado.
"As incertezas em relação à China e à Europa continuam pesando no mercado de ações global. Na próxima semana, mais curta em decorrência do feriado de Carnaval, a volatilidade ainda se fará presente, e as atenções ficam por conta de eventuais notícias que possam reverter o mau humor dos investidores", diz Pedro Galdi, analista-chefe da corretora SLW.
(FABRICIO VIEIRA)


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