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Com Copa, TVs de tela fina devem superar as de tubo
Mercado de televisores de LCD e plasma pode chegar a 7 milhões de unidades neste ano
Para dar conta da produção de TVs, cerca de 2.000 trabalhadores temporários foram efetivados em Manaus neste início de ano
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Ano de Copa do Mundo, economia aquecida e troca de tecnologia levam fabricantes de
televisores a preverem recorde
de vendas de modelos de LCD e
plasma neste ano. A expectativa da indústria é que esse mercado, de 4,3 milhões de unidades e da ordem de US$ 3 bilhões
de faturamento no ano passado, cresça até 65% neste ano e,
pela primeira vez, supere o de
TVs de tubo de imagem.
Indústrias sediadas em Manaus (AM), como Samsung, LG,
Philips e Sony, anteciparam para janeiro as contratações que,
tradicionalmente, em ano de
Copa, começam em março, segundo o Sindicato da Indústria
de Aparelhos Elétricos e Eletrônicos de Manaus. Se a estimativa dos fabricantes se confirmar, o mercado de TVs de tela fina pode chegar a 7 milhões
de unidades em 2010.
É que, neste ano, o consumidor não quer só trocar a TV de
tela menor por uma de tela
maior, como ocorreu em 2006.
A troca é por aparelhos com nova tecnologia, que possibilitam
ver em casa jogos da Copa do
Mundo em alta definição.
Os aparelhos com tecnologia
LED [sigla em inglês para Light
Emitting Diode, um dispositivo
semicondutor emissor de luz
que substitui as lâmpadas incandescentes e fluorescentes e
que consome 80% menos energia do que as lâmpadas comuns] já começaram a ser produzidos em Manaus.
No último trimestre do ano
passado, a indústria de televisores contratou cerca de 6.000
trabalhadores temporários para dar conta da demanda de final de ano. Cerca de 2.000 desses empregados já foram efetivados no início deste ano.
A expectativa é que outros
1.000 a 1.500 sejam contratados até o final de março, segundo o sindicato da indústria de
eletrônicos de Manaus. O polo
eletroeletrônico de Manaus
emprega 46 mil trabalhadores.
"A migração da televisão de
tubo para a de LCD e a de plasma, o acesso mais fácil ao crédito, o crescimento da renda e a
Copa darão gás para a produção
e para o emprego nas fábricas
de TVs em Manaus", diz Wilson Périco, vice-presidente da
Federação das Indústrias do
Estado do Amazonas e presidente do sindicato da indústria
de eletrônicos de Manaus.
As lojas planejam aumentar
em 50% no mínimo as compras
de TVs neste ano em relação a
2009, segundo redes consultadas pela Folha. Apesar de os
preços dos televisores estarem
em queda -uma TV de plasma
de 42 polegadas chegou a custar perto de R$ 30 mil em 2005
e hoje custa R$ 2.500-, existe
preocupação do comércio de
que o mercado aquecido leve a
indústria a aumentar preços.
O dólar mais caro já é motivo
apontado pelas indústrias para
subirem os preços neste início
de ano, segundo representantes de redes de lojas. É que 80%
dos componentes usados na
produção dos televisores de
LCD e plasma são importados.
"O dólar mais caro pressiona
os custos, assim como a elevação do salário mínimo. Mas,
por enquanto, essas pressões
estão em níveis suportáveis para a empresa. Agora, quando
uma TV tem alguma novidade,
os preços são ajustados, como é
o caso da TV com tecnologia
LED", afirma Márcio Portella
Daniel, diretor da divisão de
eletrônicos da Samsung.
Os preços dos televisores estão em queda há anos no Brasil
e, neste início de ano, já mostram alguma reação, segundo a
Fipe. Mas a alta de preços é
menor do que a inflação geral.
LG, Samsung e Philips informam que estão preparadas para elevar a produção e ganhar
participação de mercado. As
três querem ser a número um
em vendas de TVs neste ano.
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