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Sócio chinês alivia aperto no caixa da MMX
Eike Batista conclui acordo em que capitaliza a mineradora com a entrada de recursos de grupo da China
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionada por dívida de R$
1,4 bilhão, por um caixa que mal
cobria os débitos com vencimento em um ano e pela falta
de dinheiro para deslanchar a
produção, a mineradora MMX
anunciou a conclusão de acordo que lhe trará um aporte de
R$ 1,2 bilhão. A operação traz
alívio para as finanças -e, a julgar pelo desempenho das ações
(que subiram quase 5% ontem), também ao mercado.
A empresa controlada por Eike Batista anunciou que o governo chinês autorizou a entrada do grupo de mineração e siderurgia Wisco (Wuhan Iron
and Steel Corporation) como
seu sócio. Trata-se de desfecho
de um acordo que começou a
ser negociado no segundo semestre do ano passado.
Como resultado, a MMX fará
um aumento de capital (emissão de novas ações), com o objetivo de levantar até R$ 1,2 bilhão, do qual R$ 739 milhões
serão aportados pelos chineses.
Quando uma empresa emite
novas ações, a prioridade de
compra desses papéis é dos
acionistas existentes, para dar-lhes o direito de não serem diluídos (ou seja, encolher em
participação percentual no capital da companhia).
Para garantir ao novo sócio
chinês acesso a essa oferta, Eike e outros acionistas ligados a
ele abrirão mão do direito de
compra das novas ações, em favor da Wisco. Assim, o grupo de
Eike perderá espaço no capital
da MMX. Até agora, tem cerca
de 65% e passará, depois da
conclusão da emissão de novas
ações, a 44%. Os chineses ficarão com os 21% restantes.
Segundo a empresa, em setembro passado sua dívida chegava a R$ 1,4 bilhão, sendo R$
668 milhões com vencimento
em até um ano. No caixa, havia
R$ 63 milhões. Em 2009, até
setembro a empresa acumulava prejuízo de R$ 149 milhões.
Para Gilberto Cardoso, do
Banif Securities, a empresa ainda precisará "entrar no mercado de dívida [como a emissão
de títulos como debênture] ou
então torcer para os chineses
decidirem aumentar a participação na empresa".
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