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GOVERNO
Meta inicial com FMI foi comprometida pela máxi
Déficit público deve superar 4,7% do PIB
da Sucursal de Brasília
O déficit público nominal
neste ano vai superar os 4,7% do
PIB (Produto
Interno Bruto)
previstos no
acordo assinado
no ano passado com o FMI, disse
ontem o secretário de Política Econômica, Amaury Bier.
Dados divulgados ontem pelo
Banco Central mostram também
que o déficit até novembro do ano
passado estava acima da projeção
de 8,1% do PIB que embasou as negociações com o Fundo Monetário
Internacional. No período de 12
meses encerrado em novembro, o
déficit chegou a 8,76% do PIB.
A redução do déficit de União,
Estados, municípios e estatais é a
base do acordo firmado entre o
Brasil e os organismos internacionais, que estão emprestando US$
41,5 bilhões para garantir a solvência do país.
No entanto, a desvalorização do
real e a consequente alta dos juros
para conter a inflação inviabilizaram as metas para este ano. Bier
calcula que a alta do dólar pode
elevar a dívida pública de R$
378,271 bilhões em novembro em
R$ 40 bilhões.
A nova meta a ser perseguida será definida após mais uma rodada
de negociações em Washington
com técnicos do Fundo. Bier viaja
amanhã à noite para os Estados
Unidos, onde deverão ser concluídas as negociações iniciadas em
Brasília no último dia 30.
Serão complementados os entendimentos já negociados com a
equipe de Teresa Ter-Minassian,
coordenadora da missão no Brasil
e diretora-adjunta do Departamento de Hemisfério Ocidental do
FMI. Depois disso, o acordo será
analisado pela direção do Fundo.
Se tudo correr como espera a
equipe brasileira, o acordo deverá
ser aprovado antes do final de
março. Logo após a aprovação, o
governo brasileiro poderá solicitar
a liberação da segunda parcela
(US$ 9 bilhões) do empréstimo de
US$ 41,5 bilhões. A primeira parcela (US$ 9,3 bilhões) foi liberada
em dezembro de 98.
Para cumprir as novas metas
previstas no acordo, o governo vai
cortar gastos e tentar elevar sua arrecadação, mas a princípio sem
novos aumentos de impostos.
Os dados mais atualizados do
Banco Central mostram tendência
de crescimento do déficit público.
O déficit equivalente a 8,76% do
PIB significa que as despesas públicas superaram as receitas em R$
79,206 bilhões, entre dezembro de
1997 e novembro de 1998. No mês
anterior, estava em 8,42% do PIB.
Apesar do mau resultado verificado até novembro, o chefe do Departamento Econômico do Banco
Central, Altamir Lopes, afirma que
o governo irá cumprir a meta do
acordo com o FMI para 1998.
O acordo previa R$ 72,879 bilhões para o déficit do ano passado. "Vamos cumprir a meta."
Para cumpri-la, porém, o déficit
de dezembro não pode superar R$
7,721 bilhões, pois de janeiro a novembro atingiu R$ 65,158 bilhões.
A dívida líquida da União, Estados, municípios e estatais atingiu
R$ 378,271 bilhões (41,9% do PIB)
em novembro passado, com um
acréscimo de R$ 10,530 bilhões em
relação ao mês anterior.
(VIVALDO DE SOUSA e ALEX RIBEIRO)
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