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ESTATAIS
Patrimônio líquido da CEF equivale a menos de 11% dos ativos
Caixa descumpre o acordo da Basiléia e tentará se enquadrar
da Sucursal de Brasília
A Caixa Econômica Federal fechou o balanço de 1998 descumprindo as regras da Basiléia, um
acordo internacional que visa garantir solidez ao sistema financeiro, e deverá fazer uma injeção de
capital de R$ 1,024 bilhão ou reduzir seu volume de operações.
Norma do Banco Central que
adapta as regras do acordo da Basiléia ao Brasil determina que todos
os bancos tenham um patrimônio
líquido equivalente a pelo menos
11% dos ativos (créditos e outras
operações) expostos ao risco.
Segundo o balanço, o patrimônio
líquido da CEF em 31 de dezembro
passado era de R$ 3,582 bilhões
-valor que corresponde a apenas
8,58% dos créditos e outras operações expostos ao risco.
O patrimônio líquido da CEF
caiu de R$ 4,642 bilhões para R$
3,582 bilhões entre 1997 e 1998, devido à reavaliação do valor dos
imóveis de sua propriedade.
As regras da Basiléia fixam capital mínimo para proteger os depositantes. Se um banco concede empréstimos e não consegue recebê-los, normalmente o prejuízo é coberto pelo patrimônio líquido.
Mas, se o patrimônio for insuficiente, o depositante pode sair perdendo.
No caso da CEF, entretanto, o patrimônio líquido baixo não quer
dizer, necessariamente, que os depositantes estão mais expostos a
riscos que os clientes de bancos
privados bem capitalizados.
A CEF é totalmente controlada
pelo Tesouro Nacional, que pode
fazer aportes de capital em caso de
prejuízo muito grande.
O presidente da CEF, Emílio Carrazai, disse que a instituição estuda
duas alternativas para regularizar
a situação da instituição: pedir que
o BC afrouxe as regras ou implementar um programa para aumentar o patrimônio líquido.
"As regras da Basiléia não fazem
o menor sentido para o caso da
CEF", disse Carrazai. Ele argumenta que, além de ser controlada
pelo Tesouro, boa parte dos créditos da CEF é contra o governo.
Queda do lucro
A CEF lucrou R$ 387 milhões em
1998, uma rentabilidade de 10,8%
sobre o patrimônio.
O lucro caiu 4,68% em relação ao
ano anterior, quando havia atingido R$ 406 milhões, e o Tesouro recebeu R$ 108 milhões como dividendos.
A instituição teve de aumentar
em R$ 8,5 bilhões suas provisões
para devedores duvidosos -dinheiro que fica separado no balanço para cobrir eventuais prejuízos.
As provisões saltaram de R$ 11,6
bilhões para R$ 20,1 bilhões.
Segundo a diretora de Finanças
da CEF, Sandra Tavares, o crescimento das provisões ocorreu principalmente devido à chamada
apropriação de rendas a receber
-juros, multas e correção sobre
créditos antigos não recebidos,
que inflam a estatística.
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