São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Direitos compensatórios
O parecer provisório do Decom (Departamento de Defesa Comercial) da Secex (Secretaria do Comércio Exterior) sobre o pedido de taxação do algodão importado dos EUA por parte da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), encaminhado ontem, deve sair em três semanas.

Alíquota de importação
Os pedidos são de direitos compensatórios, para corrigir a distorção de preço provocada pelos subsídios dos EUA ao produto, e antidumping, devido à comercialização da matéria-prima norte-americana no Brasil com cotações inferiores às praticadas internamente nos EUA. A ação inclui uma alíquota de importação de 115% para o algodão norte-americano.

Prejuízos
Segundo a Abrapa, as perdas deste ano para o setor podem chegar a R$ 1 bilhão no Brasil. Como os Estados Unidos são o segundo maior produtor mundial de algodão, superado apenas pela China, e não são grandes consumidores, boa parte da demanda internacional é atendida por eles.

Ruim para o mercado interno
O preço do algodão no mercado de Nova York acumula alta de 5,18% neste mês. Já no mercado interno, a cotação do produto acumula queda de 2,11% no mesmo período.

Poucas vendas
A média diária da exportação brasileira de açúcar acumula queda de 73,2% até o dia 10 deste mês. Na mesma tendência de queda está a venda externa de café, com retração de 16,5% no período, segundo a Secex.

Tempo para análise
A decisão da China em relaxar temporariamente suas restrições à importação de alimentos geneticamente modificados, que deveriam vigorar a partir do dia 20 deste mês, dá uma folga para o exportador brasileiro pensar em como essa decisão pode afetar suas vendas, na opinião de analistas do mercado.

Ruim para o Brasil
Como cerca de 70% dos grãos de soja cultivados nos Estado Unidos são transgênicos, a princípio a decisão beneficia o país, prejudicando, assim, os exportadores brasileiros, onde apenas 10% do produto é transgênico. Com as restrições, os produtores brasileiros acreditavam que poderiam ganhar o mercado que os EUA iriam perder.

Nesse caso, é bom
Por outro lado, com o relaxamento das restrições, os certificados de permissão de importação chineses deverão ser emitidos num prazo de 30 dias. Sem o relaxamento, os certificados não sairiam em menos de 270 dias. Outro fator favorável ao Brasil é que os documentos de venda só seriam aceitos em chinês, e agora podem ser emitidos em inglês.

Café nas alturas
Os preços do café voltaram a ter forte alta ontem tanto no mercado interno como no externo. Em Nova York, a alta foi de 4,82%, acumulando valorização de 24,35% nos últimos 30 dias. O mercado interno seguiu o externo e registrou aumento de 3,17%, acumulando alta de 9,91% em 30 dias.

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akianek@folhasp.com.br



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