São Paulo, sábado, 13 de março de 2010

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AES Brasil quer o controle da Brasiliana

Grupo diz que vai exercer o direito de preferência assim que o BNDESPar quiser colocar à venda sua participação na holding

Holding Brasiliana controla os ativos de geração no rio Tietê e a AES Eletropaulo, uma das grandes elétricas do país

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor-presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, disse ontem, em São Paulo, que o Grupo AES irá exercer o direito de preferência previsto no acordo de acionista e adquirir o lote de 49,9% da Brasiliana hoje nas mãos do BNDESPar. A Brasiliana controla hoje a AES Eletropaulo, a AES Tietê, duas empresas de telecomunicações (instaladas em São Paulo e no Rio de Janeiro) e a Infoenergy.
O braço de participações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) há anos promete pôr sua participação na Brasiliana à venda, plano que ganhou força nos últimos meses após as indicações do governo federal de querer incentivar a criação de uma superelétrica no país.
A declaração de Soares tem o objetivo de incluir o Grupo AES na posição de um eventual consolidador, posição que tinha sido anunciada recentemente pela CPFL Energia, controlada pelo Grupo Camargo Corrêa. O outro grupo é a Cemig.
O plano do Grupo AES de utilizar o dispositivo do acordo de acionista para a compra de metade da Brasiliana só não funcionará se um eventual concorrente apresentar um lance maior pela holding e, além disso, tiver disposição de comprar o grupo inteiro, inclusive a participação do Grupo AES no negócio.
"Se isso ocorrer, o grupo interessado terá um custo quatro ou cinco vezes superior ao valor que teremos de pagar pela metade das ações da Brasiliana nas mãos hoje do BNDESPar", disse Britaldo. Isso porque, além da participação do BNDES e da AES, a oferta teria de ser extensiva aos minoritários.
O objetivo do grupo, disse o principal executivo da companhia, é manter o controle dos ativos na Brasiliana, da qual detém 50,1%, e na AES Sul, o único negócio do grupo fora do acordo com o BNDESPar.
Há grande expectativa na união de elétricas no país. Hoje, o país possui 63 companhias de distribuição, e as três maiores (CPFL, Cemig e AES Eletropaulo) detêm 35% do mercado brasileiro. Para a CPFL Energia -uma das candidatas a exercer o papel de comprador de elétricas com objetivo de união de operações-, em mercados desenvolvidos, com regulação madura, o controle das três maiores companhias oscila entre 60% e 80%.

Térmica
O Grupo AES se prepara para finalmente cumprir uma exigência do edital de privatização das usinas do rio Tietê. A venda dos ativos impunha à AES Tietê e à Duke Energy (grupo que adquiriu os ativos de geração instalados ao longo do rio Paranapanema) a expansão de 15% da capacidade de geração.
Agora, a AES ingressou na agência ambiental de São Paulo com um projeto para a construção de uma térmica a gás natural com capacidade para gerar 500 MW.
Além desse projeto, a divisão de geração do grupo estuda dois projetos para a construção de pequenas centrais hidrelétricas com capacidade instalada total de 32 MW.


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