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AES Brasil quer o controle da Brasiliana
Grupo diz que vai exercer o direito de preferência assim que o BNDESPar quiser colocar à venda sua participação na holding
Holding Brasiliana controla os ativos de geração
no rio Tietê e a AES Eletropaulo, uma das grandes elétricas do país
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor-presidente da AES
Brasil, Britaldo Soares, disse
ontem, em São Paulo, que o
Grupo AES irá exercer o direito
de preferência previsto no
acordo de acionista e adquirir o
lote de 49,9% da Brasiliana hoje nas mãos do BNDESPar. A
Brasiliana controla hoje a AES
Eletropaulo, a AES Tietê, duas
empresas de telecomunicações
(instaladas em São Paulo e no
Rio de Janeiro) e a Infoenergy.
O braço de participações do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) há anos promete pôr
sua participação na Brasiliana à
venda, plano que ganhou força
nos últimos meses após as indicações do governo federal de
querer incentivar a criação de
uma superelétrica no país.
A declaração de Soares tem o
objetivo de incluir o Grupo AES
na posição de um eventual consolidador, posição que tinha sido anunciada recentemente
pela CPFL Energia, controlada
pelo Grupo Camargo Corrêa. O
outro grupo é a Cemig.
O plano do Grupo AES de utilizar o dispositivo do acordo de
acionista para a compra de metade da Brasiliana só não funcionará se um eventual concorrente apresentar um lance
maior pela holding e, além disso, tiver disposição de comprar
o grupo inteiro, inclusive a participação do Grupo AES no negócio.
"Se isso ocorrer, o grupo interessado terá um custo quatro
ou cinco vezes superior ao valor
que teremos de pagar pela metade das ações da Brasiliana nas
mãos hoje do BNDESPar", disse Britaldo. Isso porque, além
da participação do BNDES e da
AES, a oferta teria de ser extensiva aos minoritários.
O objetivo do grupo, disse o
principal executivo da companhia, é manter o controle dos
ativos na Brasiliana, da qual detém 50,1%, e na AES Sul, o único negócio do grupo fora do
acordo com o BNDESPar.
Há grande expectativa na
união de elétricas no país. Hoje,
o país possui 63 companhias de
distribuição, e as três maiores
(CPFL, Cemig e AES Eletropaulo) detêm 35% do mercado
brasileiro. Para a CPFL Energia
-uma das candidatas a exercer
o papel de comprador de elétricas com objetivo de união de
operações-, em mercados desenvolvidos, com regulação
madura, o controle das três
maiores companhias oscila entre 60% e 80%.
Térmica
O Grupo AES se prepara para
finalmente cumprir uma exigência do edital de privatização
das usinas do rio Tietê. A venda
dos ativos impunha à AES Tietê
e à Duke Energy (grupo que adquiriu os ativos de geração instalados ao longo do rio Paranapanema) a expansão de 15% da
capacidade de geração.
Agora, a AES ingressou na
agência ambiental de São Paulo
com um projeto para a construção de uma térmica a gás natural com capacidade para gerar
500 MW.
Além desse projeto, a divisão
de geração do grupo estuda dois
projetos para a construção de
pequenas centrais hidrelétricas com capacidade instalada
total de 32 MW.
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