|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No pós-crise, NE retoma projetos turísticos
Juntos, BA e PE deverão movimentar R$ 15 bilhões, o dobro dos investimentos de três anos atrás
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Principais destinos turísticos
do Nordeste, Bahia e Pernambuco preveem investir em empreendimentos turístico-imobiliários o dobro do que foi de
fato aplicado três anos atrás.
Paralisados em razão da recente crise econômica, os projetos
foram retomados com adaptações "realistas", de olho no aumento do poder de compra e do
turismo interno da região.
A Bahia receberá R$ 10,3 bilhões em 57 projetos, enquanto
Pernambuco totaliza R$ 4,7 bilhões em 13 empreendimentos.
Para garantir o retorno financeiro dos investimentos, a
tendência do setor na região é
construir os hotéis atrelados a
condomínios de segunda residência de luxo -casas e apartamentos usados para veraneio.
Especialistas e empresários
ouvidos pela Folha atribuem o
crescimento do mercado no
Nordeste à realização da Copa
de 2014 -Salvador e Recife são
cidades-sede- e à expansão de
linhas de crédito, do poder de
compra, da nova classe média e
do turismo doméstico.
A Secretaria de Turismo da
Bahia lista 27.860 unidades habitacionais em 64 projetos,
sendo 25% deles já em fase de
implantação. Metade dos empreendimentos é estrangeiro,
de maioria espanhola e portuguesa. Estima-se a criação de
25 mil empregos diretos.
No entanto, segundo a pesquisadora em turismo da
UFRB (Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia) Lúcia
Maria Aquino de Queiroz, o
crescimento do setor ainda é
pequeno em relação ao potencial turístico do Estado.
Para Felipe Cavalcante, presidente da Adit (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Nordeste
Brasileiro), os gargalos do setor
na região são a segurança jurídica dos licenciamentos ambientais e a malha aérea.
"Há vários projetos parados
porque, depois de anos de luta
para obter as licenças ambientais, o Ministério Público vai e
embarga as obras. O cenário é
preocupante", afirmou.
Apesar dos ajustes, os Estados receberão dois megaprojetos. Na Bahia, o grupo Property
Logic, de capital anglo-holandês, vai investir quase R$ 1,2 bilhão num resort. Em Pernambuco, a Odebrecht e os grupos
Ricardo e Cornélio Brennand
investirão R$ 1,6 bilhão num
complexo com mais de oito
quilômetros de praia.
Dispostos a não perder os investimentos do setor, Bahia e
Pernambuco correm para tirar
do papel projetos de saneamento básico e de reforma e
construção de rodovias.
Segundo dados do ano passado da CNT (Confederação Nacional de Transportes), 75%
das rodovias baianas estão em
estado de regular a péssimo
-no país, a média é de 70%.
O secretário do Turismo da
Bahia, Domingos Leonelli, cita
o caso de uma nova rodovia no
litoral sul do Estado, que reduziu pela metade a distância entre Salvador e Itacaré. "Com a
inauguração dela no fim do ano
passado, investidores já anunciaram três projetos que somam mais de R$ 100 milhões."
A Secretaria do Turismo de
Pernambuco informou que o
governo investirá quase R$ 450
milhões em infraestrutura nos
próximos cinco anos.
Texto Anterior: Gol propõe "trégua" em guerra tarifária Próximo Texto: Frase Índice
|