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COMÉRCIO
Canadá terá de fazer o mesmo com a Bombardier
OMC manda cortar subsídio à Embraer
da Sucursal de Brasília
A OMC (Organização Mundial
do Comércio) determinou ontem
que o governo brasileiro suspenda
a concessão de subsídios à indústria aeronáutica Embraer por entender que ela fere as regras de
concorrência internacional estabelecidas pela entidade.
A Embraer tem a produção de
aviões subsidiada por intermédio
do Proex (Programa de Financiamento das Exportações). A decisão
da OMC só vale para os subsídios
concedidos ao setor aeronáutico.
Na mesma decisão, a OMC também mandou o governo canadense
suspender os subsídios concedidos, por meio de dois programas
de incentivos, à companhia aeronáutica Bombardier. Essa empresa
é a grande rival da Embraer no
mercado internacional de jatos para vôos regionais.
O governo, segundo informou o
Palácio do Planalto, vai analisar a
decisão e "poderá, e certamente
deverá, recorrer".
O julgamento dos programas de
subsídios concedidos à indústria
aeronáutica dos dois países, pela
OMC, foi feito a partir de denúncias mútuas apresentadas pelos
governos do Brasil e do Canadá.
90 dias
A decisão, tomada por três julgadores dos processos, ainda terá de
passar pela aprovação do órgão de
solução de controvérsias da entidade. Pelos cálculos do Itamaraty,
o órgão deverá examinar o caso ao
redor do dia 20 de abril.
Se a decisão contrária ao Brasil
for mantida, o governo terá 90
dias, a partir da data da reunião,
para suspender o subsídio do
Proex à Embraer.
Caso o país decida recorrer da
condenação da OMC, o que poderá
ser feito até o dia da reunião do órgão de solução de controvérsias, a
decisão final sobre o caso só será
conhecida em meados de junho.
Proex
No Proex, o governo assume os
custos adicionais que as empresas
têm de pagar na obtenção de financiamentos internacionais para cobrir o risco-Brasil. Esse mecanismo é conhecido como equalização.
O diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, embaixador
Valdemar Carneiro Leão, afirmou
que a decisão da OMC contrária ao
Brasil só diz respeito à equalização
paga para o setor de aeronáutica.
"A decisão não abre um precedente para que os programas para
outros setores sejam questionados
porque as regras de equalização
dos financiamentos de aeronaves
são muito particulares. O Canadá
não estava questionando o Proex
como um todo", disse.
Na denúncia apresentada à OMC
contra o Canadá, o governo brasileiro contestou a validade de três
programas de subsídio daquele
país. Dois foram condenados.
A organização considerou que o
Brasil não havia apresentado provas suficientes de que um dos programas, o "Export Development
Corporation" (Corporação do Desenvolvimento da Exportação),
contrariava as regras de subsídio
internacionais.
Leão afirmou que a decisão havia
"frustrado" o governo brasileiro.
Ele destacou, entretanto, que, com
a posição atual de "empate" entre
Brasil e Canadá na OMC, a Embraer mantém suas condições de
competitividade no exterior.
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