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TRABALHO
Central pede gatilho com inflação a 5%
CUT quer 10% de aumento e reindexação
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) definiu sua proposta
para evitar a redução do poder
aquisitivo dos salários com a volta
de taxas mais elevadas de inflação.
A direção nacional da CUT decidiu, em reunião ontem, reivindicar
aumento geral de 10% nos salários
em 1º de maio e, após isso, gatilho
salarial a cada vez que a taxa de inflação acumular 5%.
A idéia da central é aprovar no
Congresso Nacional uma lei salarial determinando o aumento em
maio e estabelecendo o gatilho. O
projeto pode ser apresentado já na
próxima semana.
Na avaliação da CUT, o aumento
de 10% em maio, a ser aplicado para todos os trabalhadores, mantém
o poder aquisitivo dos salários
igual ao de 98.
A central calcula que o aumento
anula o pico inflacionário esperado para os próximos meses.
Os 10% serão suficientes para
compensar as perdas se a inflação
do ano ficar em 16,8%, como estabeleceu o governo federal no acordo com o FMI (Fundo Monetário
Internacional).
Como existe a possibilidade de a
meta do governo para a inflação
neste ano ser ultrapassada, a CUT
também está reivindicando o gatilho salarial.
Os dirigentes da CUT sabem que
vão enfrentar a resistência do governo e dos empresários à proposta, ainda mais quando sindicatos
importantes dentro da central, como os metalúrgicos do ABC, negociam acordos de redução da renda
do trabalhador em troca de manutenção do emprego.
"Reconhecemos nossa dificuldade de mobilização com o desemprego, mas não temos que fugir de
algo fundamental, que é a sobrevivência do trabalhador", afirmou o
presidente da CUT, Vicente Paulo
da Silva, o Vicentinho.
Segundo ele, acordos de redução
salarial preservam lucros e não o
emprego.
Na avaliação da CUT, alguns setores da economia vão lucrar com
a desvalorização do real em relação
ao dólar norte-americano. Dessa
forma, a reivindicação de aumento
salarial de 10%, além de servir de
bandeira de mobilização, pode ser
alcançada em algumas categorias.
A CUT também reivindica aumento do salário mínimo em 1º de
maio, de R$ 130 para R$ 188, chegando a R$ 277 no ano 2000.
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