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COMÉRCIO EXTERIOR
Venda externa dos produtos é a principal aposta do governo para tentar reverter déficit comercial
Exportação agrícola vira tábua de salvação
da Sucursal de Brasília
Os produtos agrícolas -processados ou não- responderam por
30,82% do total exportado pelo
Brasil em 1996. O setor é encarado
como tábua de salvação para o alívio do déficit comercial esperado
para 97 -cerca de US$ 12 bilhões.
Estudos preliminares da Secretaria de Política Econômica prevêem
que a exportação agrícola deve aumentar cerca de US$ 1,3 bilhão em
97. Somente o complexo soja (farelo, óleo e grãos) deve responder
por US$ 500 milhões dessa cifra.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, as vendas externas de
produtos agrícolas não devem ser
impulsionadas apenas pela safra
recorde esperada para este ano, de
81,1 milhões de toneladas.
Deverá influir também a isenção
do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os produtos básicos e semimanufaturados -que ajudam a diminuir os custos de produção e, portanto, os preços finais.
Além disso, o governo reza para
que se cumpra a expectativa de
crescimento de 4% na economia
mundial no ano -que significa
demanda maior- e a tendência de
alta nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional.
Nos últimos anos, as exportações agrícolas têm apontado curva
ascendente. Em 1992, correspondiam a US$ 9,294 bilhões. No ano
passado, saltaram para US$ 14,519
bilhões, com aumento de 56,21%.
As importações triplicaram no
mesmo período -passaram de
US$ 2,055 bilhões para US$ 6,110
bilhões-, impulsionadas pelo aumento do poder de consumo interno a partir de 1994.
Mas nem mesmo esse salto foi
suficiente para acender a luz vermelha na balança comercial agrícola (diferença entre exportações e
importações somente do setor).
Dados da Secretaria de Política
Agrícola mostram que, em 1996,
essas contas fecharam com superávit de US$ 8,409 bilhões, enquanto a balança comercial apontou déficit de US$ 5,979 bilhões.
"A agroindústria é o setor mais
sofisticado do país. Tem acesso à
fronteira tecnológica e está mais
preparado para enfrentar a globalização, para ganhar espaço nos
mercados interno e externo'', afirma o secretário de Política Agrícola, Guilherme Dias.
A longo prazo o desafio é elevar
as vendas de produtos tecnologicamente mais complexos e com
qualidade e preços competitivos.
``Hoje, queremos maximizar as
exportações de produtos que tenham vantagens comparativas no
mercado internacional, como os
segmentos produtores de frutas
tropicais e de flores'', afirmou o secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros.
``Para a segunda fase, precisamos de mais investimentos nos setores mais apurados, como a eletrônica de consumo e a computação eletrônica.''
(DCM)
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