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IMPORTAÇÃO
Reunião começa amanhã
País prepara
estratégia
para a Alca
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
Negociadores brasileiros enfrentam, nesta semana, o desafio de
impedir que o país tenha de engolir uma nova redução geral nas
suas tarifas de importações antes
que esteja preparado para isso.
A reunião acontece no Rio de Janeiro, de amanhã até quinta-feira,
e será liderada pelos vice-ministros de Comércio Exterior dos 34
países da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). No continente, somente Cuba está fora da
integração.
Desta vez, o tumulto deve ser
maior porque, além das quatro
propostas divergentes de negociação já postas sobre a mesa, o Chile
prometeu apresentar uma alternativa ``conciliadora'' que ainda não
é conhecida.
O debate no Rio deve estar centrado basicamente em quatro
questões centrais. São elas:
1) Quando começa a negociação
do acesso aos mercados, ou seja, a
redução das tarifas de importação
para todos os 34 países. O Mercosul quer que ocorra na última fase,
a partir de 2003, e depois das discussões sobre medidas de proteção
comercial aplicadas no continente.
A idéia é não discutir enquanto
os Estados Unidos mantiverem
barreiras comerciais que prejudiquem as exportações brasileiras e
argentinas. Os negociadores brasileiros argumentam que o país
abriu seu mercado nos anos 90 e
não recebeu nenhuma contrapartida dos norte-americanos.
Os Estados Unidos querem conversar sobre acesso a mercados antes de tratar das barreiras, a partir
de 1998, e com mais velocidade. O
Canadá pretende iniciar as discussões sobre todos os temas ao mesmo tempo, a começar em 1998.
2) O Mercosul fechou posição de
não negociar enquanto o governo
dos EUA não contar com o ``fast
track'' -a autorização do Congresso para fechar acordos sem o
risco de posteriores alterações pelos deputados e senadores.
A argumentação dá tempo e poder de barganha aos negociadores
do Mercosul. E há antecedente: pela mesma razão, o Chile se esquivou de firmar acordo de livre comércio com o Nafta (Área de Livre
Comércio da América do Norte).
3) A negociação entre blocos daria mais força ao Mercosul -por
isso a insistência de seus negociadores. Os Estados Unidos torcem o
nariz a essa idéia.
4) Negociadores do Mercosul
acham que pode ser mais vantajoso avançar as negociações da Alca
por meio de acordos de livre comércio de país a país. A idéia dos
EUA e do Canadá, entretanto, é
motivar um acordo geral, baseado
em decisões consensuais.
A reunião deverá terminar com
um esboço -pelo menos- do
documento que trará as regras de
negociação da Alca e que será assinado em maio próximo pelos ministros de Comércio Exterior em
Belo Horizonte (MG).
A negociação de fato deverá começar apenas no ano que vem, depois da Reunião de Cúpula das
Américas, no Chile.
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