|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PECADOS DO CAPITAL COBIÇA
Lazer pode levar à ascensão profissional
SUZANA BARELLI
da Reportagem Local
Viagens em finais de semana,
partidas de golfe aos sábados e um
drinque no final do expediente. As
três atividades, tão presentes na vida dos executivos bem-sucedidos,
não são mais apenas sinônimos de
lazer e diversão.
Em plena globalização, encontrar amigos em momentos de descontração e aproveitar para aprofundar contatos é também uma
forma de ganhar espaço -e visibilidade- no mundo profissional.
``O lazer é uma fonte de oportunidades de negócios'', diz Antônio
Luiz Lang, 34, diretor de vendas da
Savena Veículos, revenda da
Volkswagen. Para ele, tem maiores
chances na profissão quem se
preocupa em levar uma vida social
mais agitada -com jantares, viagens com amigos e praticando esportes, entre outras coisas.
``Os executivos devem otimizar
seus momentos de lazer. Nada de
ir ao sítio só com a família. É bom
aproveitar e levar amigos ou colegas de profissão'', exemplifica a
consultora Adelaide Rebouças Du
Plessis, sócia da Fesa (Financial
Executive Search Associates).
Premissas
A união entre prazer e negócios,
no entanto, tem uma premissa básica: nada de bancar o ``interesseiro.'' Ou seja, quem não gosta de
ópera não precisa ir ao Teatro Municipal só para agradar alguém.
Mas os bons jogadores de golfe,
por exemplo, devem aproveitar as
novas amizades feitas durante a
partida para marcar encontros.
``A regra é nunca tratar do negócio durante as horas de descanso.
Os assuntos profissionais devem
ser tratados durante a semana.''
Luiz Antônio França, diretor do
BFB, diz que esses encontros são,
antes de mais nada, naturais. Mas,
no seu caso, conquistar amigos
com o ``velho e bom hábito'' de fumar charuto nunca deu certo.
De acordo com o executivo, seu
ciclo de amizades, ``com todo o
respeito'', sempre o coloca para
fumar seus charutos na varanda.
Há um ano no Brasil, França
conta que fez fortes laços de amizade nos três anos em que morou
nos EUA. ``Ligo para os amigos
quando tenho perguntas sobre o
mercado. É uma via de mão dupla,
porque eles também me fazem
perguntas.''
Segundo ele, quando não foi
criada uma amizade prévia, nem
sempre o executivo consegue informações de bastidores, que podem ajudar no trabalho.
``Quando eles ampliam relacionamentos, ganham amigos que
podem ajudá-los'', diz Adelaide.
Samuel de Oliveira Felício, que
trabalha numa multinacional de
sistemas elétricos, diz que seu
atual emprego foi conseguido com
a indicação de um amigo. ``Queriam alguém de confiança.''
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|