DA REDAÇÃO

O governo argentino desistiu do chamado plano Bonex, que previa a transformação dos depósitos bancários congelados em títulos, denominados em pesos e dólares, com vencimentos entre cinco e dez anos. O projeto seria uma maneira de acabar com o confisco das aplicações sem colocar em risco o sistema bancário.
Em entrevista ao jornal "Clarín", publicada ontem, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, afirmou que o projeto já estava redigido e pronto para ser encaminhado ao Congresso, mas isso não irá mais acontecer.
"Estamos deixando de lado o plano de títulos e teremos outra tipo de aproximação ao assunto, porque era uma proposta que não satisfazia a ninguém e tinha alto custo", afirmou Lavagna.
O projeto não contava com o apoio dos banqueiros nem dos congressistas. Com o fracasso das negociações, o governo terá de pensar em outra estratégia para acabar com o curralzinho sem provocar um corrida aos bancos.
Ontem à noite, depois de uma reunião com representantes dos bancos, Lavagna fez um breve pronunciamento. Desmentiu rumores de que haverá um novo feriado bancário e afirmou que o "sistema financeiro está trabalhando solidamente". E completou: "A prova mais clara é que, nas últimas semanas, o Banco Central não precisou fazer empréstimos aos bancos".
Os argentinos precisam honrar, nesta semana, US$ 800 milhões em vencimentos de um empréstimo do Banco Mundial. De acordo com Lavagna, o pagamento será autorizado hoje. Deverão ser utilizadas as reservas em moedas estrangeiras.
Na entrevista ao "Clarín", Lavagna confirmou que o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) autorizará um empréstimo de US$ 700 milhões para projetos sociais.



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