São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

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IMÓVEIS

Lançamento é de grupo português; patrimônio será investido em centros de operação e logística no Rio e em São Paulo

Fundo imobiliário será negociado na Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais um fundo imobiliário voltado para o pequeno e médio investidor acaba de chegar ao mercado. É o Europar, que traz duas novidades importantes em relação aos produtos já lançados.
Seu patrimônio será composto por centros de operação e logística, e suas cotas poderão ser comercializadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Produzido pelo grupo português Tiner, especializado em fundos imobiliários, e estruturado pela corretora Coinvalores, o Europar será composto por dois centros de operações e logística localizados próximos ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e outros três situados no início da rodovia Anhanguera, em São Paulo.
O patrimônio do fundo contará ainda com uma área voltada para testes de elevadores de grande porte. As seis edificações somam 38 mil metros quadrados de área construída.
No total, 440 mil cotas estão sendo colocadas à venda, cada uma a R$ 100, totalizando uma emissão de R$ 44 milhões. O lote mínimo para quem quer investir é de R$ 10 mil (100 cotas), e a expectativa é que o retorno seja de 1% ao mês, livre de despesas. Descontada a alíquota de Imposto de Renda, que é de 20%, a rentabilidade líquida será de de 0,8% ao mês. O empreendimento não garante renda mínima.
Somente um dos centros de logística não tem inquilino. Os demais estão alugados para as empresas Fedex, Cesa, AVS, Expresso Mercúrio e Belt Logistics, sendo que alguns dos contratos são de dez anos.
A constituição de um fundo imobiliário é semelhante à de um fundo de ações ou de renda fixa. A diferença é que, em vez de investir em ações ou títulos de renda fixa, o fundo imobiliário deve ter a maior parte dos seus recursos aplicados em um ou mais imóveis.
Pode-se fazer um fundo, por exemplo, para obter renda por meio de aluguéis ou voltado para a construção e venda. A administração é feita por uma instituição financeira e está sujeita à fiscalização da CVM (Comissão de Valores Imobiliários).
Diferentemente dos de investimentos, os imobiliários são fundos fechados. O participante não pode solicitar o resgate das cotas. Para liquidar o investimento, é preciso vendê-las a terceiros.
Um dos problemas dos fundos imobiliários no Brasil é que, por serem novos (veja na tabela abaixo a relação dos oito que são voltados para o pequeno e médio investidor), suas cotas ainda não têm muita liquidez (facilidade de comercialização).
É por esse motivo, explica Sérgio Belleza Filho, consultor da Coinvalores, que surgiu a idéia de cadastrar o empreendimento na Bovespa. Assim que o fundo estiver vendido, seus cotistas poderão negociar suas participações como se fossem ações de uma companhia aberta.
A venda em Bolsa será opcional. Quem quiser negociar diretamente com um terceiro também poderá fazê-lo.
A comercialização na Bovespa, explica Belleza, não resolverá definitivamente o problema da falta de liquidez, mas ajudará a dar maior transparência para o empreendimento.
"É uma atitude louvável. Contribuirá para aperfeiçoar e amadurecer o mercado de fundo imobiliário", diz Fábio Nogueira, diretor da companhia hipotecária Brazilian Mortgages, que também atua nessa área.
(ISABEL CAMPOS)


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