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IMPOSTOS
Para Everardo Maciel, secretário do órgão, baixa na arrecadação é consequência da desaceleração da economia
Queda no IPI é sinal da recessão, diz Receita
ISABEL VERSIANI
da Sucursal de Brasília
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, disse ontem que
o desempenho da arrecadação do
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no ano já dá indicações de uma desaceleração da
economia.
De janeiro a abril deste ano, a arrecadação total do IPI caiu 10,15%
em termos reais em comparação
com o mesmo período do ano passado, tendo passado de R$ 5,825
bilhões para R$ 5,234 bilhões.
As receitas do IPI cobrado sobre
todos os produtos, com exceção de
cigarros, bebidas, automóveis e
importações, caíram 8,9%. Em
abril, a arrecadação do IPI "outros" caiu 13,57% em relação ao
mesmo período do ano passado.
"Esse imposto é hoje o melhor
indicador do comportamento da
economia", disse Maciel.
Segundo ele, a Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), tradicionalmente usada como termômetro da economia, não é mais um indicador
fiel porque sua alíquota foi alterada em fevereiro deste ano, passando de 2% para 3%.
Em abril, a arrecadação total da
Receita Federal caiu 11,53% em relação a março e 10,7% em comparação com o mesmo período do
ano passado.
Menos privatização
No acumulado do ano, a queda
foi de 4,91% em relação ao primeiro quadrimestre de 1998. No período, as receitas totais caíram de R$
51,597 bilhões para R$ 49,064 bilhões.
A redução se deu, principalmente, em razão da diminuição das receitas de privatização. Desconsiderados os recursos de outorga de estatais à iniciativa privada, a arrecadação acumulada aumentou
5,87%, passando de R$ 44,840 bilhões para R$ 46,182 bilhões.
Maciel afirmou que considerou o
resultado "muito bom". Ele destacou que, no quadrimestre, a Receita não contou com a arrecadação
da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
No período, no entanto, a perda
da CPMF foi compensada com o
aumento do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e da Cofins.
Desde o mês passado, com a redução do fluxo dos recursos de privatização, a Receita passou a destacar em suas análises de arrecadação o comportamento das receitas
administradas diretamente pelo
órgão.
De janeiro a abril de 1998, ano de
venda da Telebrás, o governo recebeu R$ 6,756 bilhões em recursos
de privatização. No acumulado
deste ano, as receitas de privatização foram de R$ 2,882 bilhões.
Em abril, as receitas administradas aumentaram 3,89% em termos
reais em comparação a abril do
ano passado. Contribuíram para
esse incremento os aumentos das
alíquotas do IOF e da Cofins e as
mudanças na sistemática de tributação dos fundos de renda fixa.
No período, o Imposto de Renda
cobrado sobre as remessas de dinheiro ao exterior aumentaram
56,74%. Essa evolução é um reflexo do incremento no volume das
remessas para fora do país.
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