São Paulo, Quinta-feira, 13 de Maio de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Corte de juros interrompe queda da Bolsa

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo passou o dia de ontem em baixa, influenciada pela performance ruim das Bolsas externas. A queda chegou a atingir 2,28% durante o pregão. Com o anúncio do novo corte dos juros, porém, houve uma tendência de recuperação e, segundo operadores, a Bolsa só não fechou em alta por falta de tempo.
Apesar de o mercado já ter antecipado, desde segunda-feira, que os juros básicos poderiam cair novamente, de 29,5% para até 27% -como de fato aconteceu-, o corte era esperado apenas para amanhã ou para segunda-feira.
O mercado de renda fixa de ontem fechou com projeção de taxas futuras de juro semelhantes às de anteontem, por exemplo.
Desde o momento em que foi anunciada uma entrevista coletiva promovida pelo Banco Central -indício de nova mudança na política econômica-, por volta das 17h30, a Bolsa de São Paulo reverteu a tendência de queda registrada durante todo o dia.
Em cerca de meia hora, a Bovespa recuperou 1,07 ponto percentual, fechando em baixa de 0,97%.
A queda apresentada durante o dia foi mais um movimento de "realização de lucros" (venda de papéis para embolso do lucro obtido), a exemplo do que havia acontecido anteontem.
O ambiente cauteloso do mercado ontem foi atribuído às más notícias externas.
O medo do surgimento de uma nova crise russa, desencadeada com a demissão do premiê Ievguêni Primakov, o sentimento defensivo provocado pela renúncia de Robert Rubin (que ocupava o cargo de secretário do Tesouro dos EUA) e até boatos da demissão do ministro da Economia da Argentina, Roque Fernández, causaram apreensão.
A Bolsa de Nova York, por causa da saída de Rubin, chegou a cair 213 pontos. A Bovespa acompanhou proporcionalmente a queda. Depois, Dow Jones foi se recuperando e fechou com recuo de apenas 25,78 pontos.
Não fosse pelo corte nos juros, segundo analistas, a Bovespa teria fechado com queda superior a 2%.
O mercado de câmbio, que fechou antes do anúncio do corte nos juros, permaneceu estável. O dólar comercial registrou alta de apenas 0,02%, fechando a R$ 1,658 para venda.
(MARCELO DIEGO)




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