São Paulo, Quinta-feira, 13 de Maio de 1999
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PREÇOS
Fipe registra uma taxa de 0,35%, contra 0,47% ao fechar abril
Inflação recua ainda mais em São Paulo no início deste mês

MAURO ZAFALON
da Redação

A taxa de inflação continua surpreendendo em São Paulo. A primeira quadrissemana de maio, ou seja, nos últimos 30 dias terminados em 7 deste mês, os preços subiram 0,35%, abaixo do 0,47% de maio, conforme dados divulgados ontem pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Essa nova queda da taxa fez o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da instituição, Heron do Carmo, rever sua projeção de inflação para maio. Na semana passada, a estimativa era de 0,6% para o mês. Agora, Heron prevê que a taxa deste mês deve ficar próxima ao 0,37% da primeira quadrissemana.
Dois foram os fatores básicos para a queda da taxa e ambos têm grande peso no índice: alimentos e vestuário. Os alimentos continuaram a cair, acumulando redução média de 1,42% na primeira quadrissemana de maio, contra queda de 1,18% em abril.
O economista da Fipe previa uma estabilidade dos preços, mas a continuidade da queda do dólar, a chegada da nova safra no mercado interno e a queda de preços das commodities no mercado externo estão empurrando ainda mais para baixo os preços dos alimentos.

Vestuário
Já o setor de vestuário não teve a alta esperada no Dia das Mães. Com isso, a taxa média de aumento nas últimas quatro semanas recuou para 6%, contra 6,5% em abril. A previsão dos técnicos da Fipe era de alta de preços.
Alimentos e produtos industrializados estão ainda sobre os efeitos da desvalorização do real, mas com trajetórias diferentes. Os alimentos refletiram os efeitos da perda de valor do real imediatamente após a desvalorização da moeda brasileira e agora, devido ao recuo do dólar, estão em queda.
Já os produtos industrializados estão repondo os efeitos da desvalorização aos poucos, e a tendência nos próximos meses deve ser de alta. Essa alta deve ser sustentada pela prevista redução dos juros e pelo efeito menor da recessão. Juros e perda de renda menores para os consumidores devem incentivar as vendas, segurando os preços dos industrializados, diz Heron do Carmo.

Café
O café em pó, por exemplo, que chegou a acumular 26% de reajuste no primeiro trimestre deste ano, caiu 1,76% em abril e 3% na primeira quadrissemana de maio. Os artigos de limpeza, ao contrário, acumulavam reajuste de apenas 1% no primeiro bimestre, mas já atingiram 9% no primeiro quadrimestre.
Apesar da queda da taxa de inflação em maio, Heron do Carmo manteve a previsão de 7% para 99. Ele admite, no entanto, que o segundo semestre deverá ter taxas extremamente baixas de inflação. Por isso, não descarta taxa inferior a 7% neste ano.
O coordenador do IPC da Fipe entende que de julho a setembro poderá novamente haver deflação, como ocorreu em igual período do ano passado.


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