|
Texto Anterior | Índice
PREÇOS
Fipe registra uma taxa de 0,35%, contra 0,47% ao fechar abril
Inflação recua ainda mais em São Paulo no início deste mês
MAURO ZAFALON
da Redação
A taxa de inflação continua surpreendendo em São Paulo. A primeira quadrissemana de maio, ou
seja, nos últimos 30 dias terminados em 7 deste mês, os preços subiram 0,35%, abaixo do 0,47% de
maio, conforme dados divulgados
ontem pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Essa nova queda da taxa fez o
coordenador do Índice de Preços
ao Consumidor da instituição, Heron do Carmo, rever sua projeção
de inflação para maio. Na semana
passada, a estimativa era de 0,6%
para o mês. Agora, Heron prevê
que a taxa deste mês deve ficar
próxima ao 0,37% da primeira
quadrissemana.
Dois foram os fatores básicos para a queda da taxa e ambos têm
grande peso no índice: alimentos e
vestuário. Os alimentos continuaram a cair, acumulando redução
média de 1,42% na primeira quadrissemana de maio, contra queda
de 1,18% em abril.
O economista da Fipe previa
uma estabilidade dos preços, mas a
continuidade da queda do dólar, a
chegada da nova safra no mercado
interno e a queda de preços das
commodities no mercado externo
estão empurrando ainda mais para
baixo os preços dos alimentos.
Vestuário
Já o setor de vestuário não teve a
alta esperada no Dia das Mães.
Com isso, a taxa média de aumento nas últimas quatro semanas recuou para 6%, contra 6,5% em
abril. A previsão dos técnicos da
Fipe era de alta de preços.
Alimentos e produtos industrializados estão ainda sobre os efeitos
da desvalorização do real, mas
com trajetórias diferentes. Os alimentos refletiram os efeitos da
perda de valor do real imediatamente após a desvalorização da
moeda brasileira e agora, devido
ao recuo do dólar, estão em queda.
Já os produtos industrializados
estão repondo os efeitos da desvalorização aos poucos, e a tendência
nos próximos meses deve ser de alta. Essa alta deve ser sustentada pela prevista redução dos juros e pelo
efeito menor da recessão. Juros e
perda de renda menores para os
consumidores devem incentivar as
vendas, segurando os preços dos
industrializados, diz Heron do
Carmo.
Café
O café em pó, por exemplo, que
chegou a acumular 26% de reajuste no primeiro trimestre deste ano,
caiu 1,76% em abril e 3% na primeira quadrissemana de maio. Os
artigos de limpeza, ao contrário,
acumulavam reajuste de apenas
1% no primeiro bimestre, mas já
atingiram 9% no primeiro quadrimestre.
Apesar da queda da taxa de inflação em maio, Heron do Carmo
manteve a previsão de 7% para 99.
Ele admite, no entanto, que o segundo semestre deverá ter taxas
extremamente baixas de inflação.
Por isso, não descarta taxa inferior
a 7% neste ano.
O coordenador do IPC da Fipe
entende que de julho a setembro
poderá novamente haver deflação,
como ocorreu em igual período do
ano passado.
Texto Anterior: Frentes de trabalho já foram propostas em várias épocas Índice
|