São Paulo, sábado, 13 de junho de 1998

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MERCADO TENSO
Wall Street registrou queda de 1,4% durante o pregão, mas terminou com ganho de apenas 0,26%
Nova York oscila e fecha com ligeira alta

ALESSANDRA BLANCO
de Nova York

A Bolsa de Nova York se recuperou ontem no final da tarde após três dias de quedas significativas. O índice Dow Jones, que reúne as 30 ações mais negociadas na Bolsa, fechou ontem em 8.834,94 pontos, com alta de 23,17 pontos. Durante o dia, chegou a cair 127 pontos.
Ou seja, depois de ter caído 1,4% durante o pregão, o índice recuperou-se e fechou com ligeira alta, de apenas 0,26%.
O Nasdaq (índice da Bolsa eletrônica) fechou em queda de 4,68 pontos a 1.745,07.
Entre os investidores a posição é a de que, diferentemente do que se pensava, a crise na Ásia não está terminando.
Ela estaria apenas pela metade e, desta vez, pode afetar a boa fase econômica dos EUA.
"Ainda é cedo para dizer se esse é o começo do final da boa fase econômica do país, mas eu diria que os investidores estão muito atentos para isso e o mercado está nervoso", disse Peter Coolidge, da Brean Murray & Co.
Segundo o responsável pela América Latina do banco de investimentos Lehman Brothers, Carlos Guimarães, as preocupações agora são muito maiores do que no final do ano passado com a crise da Tailândia, Indonésia e Coréia.
"Sempre disse que o grande problema era o Japão. Tailândia e Coréia são peixe pequeno e até o problema na Rússia é pequeno no conteúdo. Agora, o Japão precisa ter uma liderança forte para resolver sua situação. Quando a situação começa a chacoalhar como está ocorrendo, os resultados podem ser muito sérios. As quedas nas Bolsas do mundo inteiro apenas refletem o que está acontecendo lá", disse.
Sob risco
Tanto Coolidge quanto Guimarães acreditam que o Brasil não deve ser afetado em curto prazo com essa "nova crise na Ásia", mas deve ficar atento.
"Eu não usaria a palavra crise porque ela é muito forte, mas o Brasil tem de ficar atento para um declínio na atividade econômica. O que está acontecendo hoje no Japão pode machucar a economia global, principalmente na América Latina", diz Coolidge.



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