São Paulo, sábado, 13 de junho de 1998

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Livro descreve projetos famosos

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO

da Reportagem Local


Nos últimos anos, alguns dos maiores empreendimentos industriais, de exploração de serviços ou de construção pesada foram viabilizados por meio de uma operação conhecida como "project finance".
Em essência, esse tipo de operação permite a obtenção de um financiamento dando-se como garantia o próprio bem financiado.
Uma característica importante desse financiamento é que não são levados em consideração o total dos ativos da empresa envolvida num determinado projeto -o projeto é considerado uma entidade jurídica distinta.
Esse é o tema do livro "Project Finance - Engenharia Financeira Baseada em Ativos", escrito por John Finnerty, um especialista americano no assunto.

A OBRA
Project Finance - Engenharia Financeira Baseada em Ativos John D Finnerty. Qualitymark Editora (r. Felipe Camarão, 73, RJ, CEP 20511-010, tel. 021/567-3311). 536 págs. R$ 42,00.



"Project Finance" é um livro essencialmente técnico. A grande maioria dos capítulos trata de questões como a estrutura jurídica que deve ser montada para a obtenção desse tipo de financiamento ou quais os passos que devem ser dados em termos de previsão de fluxo de caixa depois da operação.
Quatro capítulos são de leitura mais fácil -descrevem casos de projetos famosos internacionalmente que foram financiados por meio de operações de "project finance".
Menos público
Um dos casos mais interessantes é o que detalha como foi estruturado o financiamento da construção da Euro Disney, o parque de diversões instalado nos arredores de Paris.
O livro conta, com um grande número de detalhes, exatamente como foi o processo -quais as preocupações da Disney, quais os seus objetivos, a participação do governo francês, o papel dos bancos credores europeus etc.
Finnerty publica tabelas que mostram as projeções da Disney para o movimento do parque, inclusive com o impacto que haveria para o empreendimento se surgissem contratempos como redução nos gastos per capita dos visitantes ou aumento nos custos de construção.
A Euro Disney acabou enfrentando uma série de problemas por causa do número de visitantes, bem menor do que o esperado, e o custo da sua instalação, maior do que o previsto.
Mesmo assim, Finnerty conclui que o grupo Disney agiu acertadamente ao basear a instalação da Euro Disney em uma operação de "project finance", constituindo uma empresa separada apenas para esse empreendimento. Com isso, limitou o risco do projeto.



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