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Mão-de-obra pesa até 83% nos custos
da Sucursal do Rio
A mão-de-obra chega a pesar até
83% no custo de movimentação
de contêiner em alguns portos públicos e nunca menos que 50%,
aponta relatório do Ministério dos
Transportes, com base em dados
de 97.
São computados nesses custos
os "elevados preços dos serviços
de praticagem, reboque e de lancha", que auxiliam o navio a encostar no porto, considerados pelo ministério como um dos principais problemas na área.
Criados pela Lei de Modernização dos Portos para substituir os
sindicatos na administração do
fornecimento de trabalhadores
avulso, os OGMOs (Órgãos Gestores de Mão-de-Obra) ainda não
estão operando como o previsto,
diz o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do
Brasil), Márcio Fortes de Almeida.
Com a privatização das oito
Companhias Docas do país, deverá haver uma redução de quase
8.500 postos de trabalho. Segundo
o ministério, de 11 mil funcionários em dezembro de 96, as empresas, sob gestão privada, ficarão
com 2.787.
Parte desses funcionários está
sendo transferida para os OGMOs,
que operam sob a tutela dos agentes portuários privados.
Mão-de-obra é uma das questões mais delicadas da modernização dos portos. O Ministério dos
Transportes espera que a concorrência se encarregue de extinguir
os monopólios da atividade portuária. "A estiva não pode continuar cobrando preços tão altos",
disse Almeida.
"Há quatro ou cinco anos, os
trabalhadores viraram a mesa ao
ouvir falar de OGMO. Hoje, todos
se sentam para negociar", diz.
Laurits Lachmann, sócio-diretor
do Grupo Lachmann, especializado em transportes, diz que os sindicatos patronais nunca souberam
negociar com os trabalhadores.
"Estamos aprendendo."
Fortes, que é membro do conselho do OGMO no Rio, diz que a
seleção de mão-de-obra ainda está
sendo feita pelos sindicatos.
Segundo ele, a redução de quadros das Companhias Docas vai
viabilizar financeiramente o treinamento da mão-de-obra pelos 23
OGMOs criados.
A Folha procurou, mas não obteve retorno, de nenhum representante do Sindicato dos Portuários do Rio.
ISABEL CLEMENTE
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