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Inadimplência aumenta 15,3% no primeiro semestre, aponta estudo
Expansão do crédito e prazos maiores no varejo explicam alta, afirma Serasa
DA REPORTAGEM LOCAL
Na esteira da expansão do
crédito, a inadimplência de
pessoa física no país encerrou o
primeiro semestre de 2006
com uma alta de 15,3% em relação ao mesmo período do ano
anterior, segundo a Serasa, empresa de análise de crédito.
A variável é freqüentemente
apontada pelos bancos como o
componente com maior peso
para justificar os juros em alta
praticados no país, a despeito
da queda sucessiva da Selic, a
taxa básica do Banco Central.
Em junho, os juros ao consumidor chegaram a 6,21% ao mês, a
maior taxa desde 2003.
O aumento na inadimplência, de acordo com a Serasa, pode ser entendido como uma
conseqüência natural do processo de disseminação do crédito no país, bem como do alongamento dos prazos para pagamento aplicados pelo varejo.
No período entre maio de
2005 e maio de 2006 (último
dado disponibilizado pelo Banco Central), o crédito para pessoa física aumentou em torno
de 30% em termos nominais,
acima, portanto, do ritmo registrado pela inadimplência.
Diante da expectativa de manutenção da expansão do crédito no país, a tendência é que a
inadimplência continue em alta em relação a 2005 e encerre
o ano dessa forma. Pesquisa recente da própria Serasa, com
cerca de mil empresas de diferentes setores e regiões, revelou que 60% esperam aumento
da inadimplência do consumidor brasileiro neste ano.
Do processo de disseminação
do crédito e de amadurecimento do mercado, aliada à estabilidade macroeconômica, decorre
o outro fator que explica a inadimplência maior de janeiro a
junho deste anos, afirma Carlos
Henrique de Almeida, assessor
econômico da Serasa.
"Até há três anos, o pico [da
inadimplência decorrente das
compras de fim de ano] concentrava-se no primeiro trimestre. Hoje, estende-se por
todo o primeiro semestre."
Em junho, porém, o indicador caiu 12,8% ante o mês anterior, quando a alta havia sido de
13,1% na mesma comparação.
Para Almeida, o movimento
brusco deveu-se principalmente a um número menor de dias
úteis em abril, o que "represou"
o número de ocorrências.
Segundo o analista, a recuperação do rendimento do brasileiro e a melhoria do mercado
de trabalho formal têm contribuído para amenizar o aumento da inadimplência neste ano.
Para que tais indicadores
possam diminuir, assim como
os juros ao consumidor, Almeida aponta a necessidade de
adoção de políticas mais criteriosas na concessão de empréstimo, especialmente pelo varejo, e medidas como a criação do
cadastro positivo de crédito.
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