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LUÍS NASSIF
Os parques tecnológicos de SP
A natureza dos parques
tecnológicos é agregar, em
um mesmo ambiente,
pesquisadores e empresas
QUANDO TERMINOU o governo
Fernando Henrique Cardoso, os melhores quadros tucanos ficaram disponíveis. Entre
eles, talvez a equipe mais relevante
foi a que montou as bases da nova
política de ciência e tecnologia na
gestão Ronaldo Sardenberg. Houvesse mais conhecimento de ponta,
e de pessoas, o ex-governador Geraldo Alckmin teria indicado o "pai"
dos fundos setoriais, Carlos Américo
Pacheco, como titular da Secretaria
de Ciência e Tecnologia de São Paulo. Perdeu a oportunidade de montar um sistema de inovação de padrão europeu.
Mesmo assim, no final do governo,
Pacheco foi incumbido de estruturar o sistema de parques tecnológicos de São Paulo, idéia apadrinhada
por Andrea Calabi, ex-secretário do
Planejamento, quando montou o
seu primeiro PPA (Plano Plurianual). Provavelmente os parques serão os ambientes em que se desenvolverão novas instituições de apoio
a pesquisa e desenvolvimento que
deverão surgir nos próximos anos.
A idéia dos parques tecnológicos
começou a tomar corpo na Europa,
ainda nos anos 70. Sua natureza é
agregar, em um mesmo ambiente,
pesquisadores e empresas, de maneira e transformar a pesquisa acadêmica em produtos e processos. O
primeiro parque foi instalado em
uma cidade de 129 mil habitantes, na
Finlândia, e deu, como grande fruto,
a Nokia.
Hoje em dia, o conceito de parque
tecnológico é vitorioso. A Espanha
tem 25, está criando mais 50. Israel
tem 27 parques; Portugal, 13.
O fato de haver um decreto em São
Paulo criando os parques tecnológicos fez com que a idéia deixasse de
ser fluida. Para integrar sistema de
parques tecnológicos, o projeto precisa ser de pessoa jurídica pública ou
privada. O modelo de gestão tem que
ser adequado aos objetivos pretendidos. Tem que ter um projeto urbano e imobiliário adequado para empresas inovadoras. Tem que dispor
de um plano de negócios claro, identificando fontes de sustentação e no
qual se pleiteia dinheiro público.
Cada projeto será apreciado pelo
Conselho Estadual de Ciências e
Tecnologia, que também dará apoio
contratando consultores na área
imobiliária, advogados e suporte à
gestão local.
Inicialmente, serão montados cinco parques tecnológicos: em São José dos Campos (voltado para os setores aeronáutico, de defesa e espacial), São Carlos (ótica, instrumentação voltada para o agronegócio e materiais), Campinas (tecnologia da informação e biotecnologia) e Ribeirão Preto (voltado para saúde).
A cidade de São Paulo tem um
quadro mais complexo. A idéia é utilizar o parque tecnológico para uma
reurbanização do entorno da USP.
Já se está em negociações com a prefeitura para um projeto de revitalização da área.
O objetivo final será criar grandes
ambientes de inovação nessas cinco
cidades. E preparar terreno para
candidatos potenciais, como Piracicaba (com a Esalq), Sorocaba e São
José do Rio Preto.
Os parques serão os locais preferenciais para a teia de novas instituições, como organizações de homologação de processos para o setor aeronáutico, abrigando laboratórios
de serviços tecnológicos de P&D
pré-competitivo.
@ - Luisnassif uol.com.br
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