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Bolívia diminui pedido de reajuste do gás à Petrobras
Em nova fórmula de cálculo, estatal agora pede US$ 5 por milhão de BTU; ministro dizia que valor mínimo seria US$ 7,5
Presidente da Petrobras
afirma que contrato vai permanecer o mesmo até 2019; hoje, preço é de
US$ 4 por milhão de BTU
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
DA REUTERS
A petrolífera estatal boliviana YPFB apresentou ontem
proposta para o aumento do
gás natural que vende à Petrobras, com preço menor do que o
que havia sido aventado anteriormente pelo governo do
país. A negociação se iniciou
ontem e pode durar até dezembro, segundo fontes oficiais.
A proposta foi apresentada
em uma reunião técnica das petroleiras estatais da Bolívia e do
Brasil em Santa Cruz de la Sierra, disse o presidente da YPFB,
Jorge Alvarado. "Segundo a nova fórmula, o preço será agora
de US$ 5 [por milhão de BTU, a
unidade-padrão]", disse ele.
Esse valor substituiria os
US$ 4 em vigor desde o começo
de julho, de acordo com a atual
fórmula, que se baseia em cesta
internacional de combustíveis.
O presidente da Petrobras,
José Sérgio Gabrielli, disse ontem, porém, que a fórmula
atual será mantida até 2019.
Um porta-voz da YPFB
acrescentou que a reunião de
Santa Cruz durará dois dias e
que não está previsto o anúncio
imediato do acordo, pois há
uma reunião posterior programada para acontecer no Brasil.
Alvarado admitiu que, embora esteja correndo desde o fim
de junho prazo de 45 dias para
que a YPFB e a Petrobras cheguem a um acordo sem arbitragem, "é provável que ambas as
partes decidam prolongar suas
conversações até dezembro".
Isso adiaria a definição do
novo preço do gás boliviano até
depois das eleições, em 1º de
outubro, em que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva é candidato à reeleição.
"A negociação é complicada,
Lula se coloca de forma dura
porque não quer perder votos",
disse anteontem o ministro boliviano dos Hidrocarbonetos,
Andrés Soliz, segundo quem a
Bolívia quer valor mínimo de
US$ 7,50 por milhão de BTU.
Petrobras
"Não levamos em conta a
possibilidade de quebra de contrato. A fórmula para cálculo do
preço do gás permanece até
2019", disse Gabrielli a investidores e analistas do mercado financeiro em Nova York.
"Tudo é possível. Estou negociando com a Bolívia. Vou
continuar negociando em termos técnicos. Não há por que
mudar. O contrato diz, de forma muita clara, que as partes
podem pedir para negociar
qualquer assunto. Não vou dizer que há impasse", afirmou.
Na semana passada, o governo boliviano disse não temer
que o impasse seja levado à corte internacional de arbitragem,
em Nova York.
Gabrielli disse ainda que o
poço de óleo leve descoberto
pela empresa na bacia de Santos ainda deve demorar de seis
a sete anos anos até que esteja
apto para extração.
Ele afirmou que a estatal pode ter dificuldades num cenário de alta demanda por álcool.
"Poderemos ter problema na
oferta se a demanda subir muito rapidamente. O Brasil consome a maioria de sua produção atual, sem mencionar que
as capacidades de exportação
teriam de ser reajustadas."
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