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PIB agrícola cai R$ 10 bi neste ano, prevê CNA
Queda dos preços pagos a produtores explica novo valor, aponta a entidade
Redução estimada para
a balança comercial do agronegócio brasileiro neste ano é de 3,7%, de
US$ 38,4 bi para US$ 37 bi
DA REDAÇÃO
A CNA (Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil) divulgou ontem resultados
do setor e projetou, para 2006,
reduções no valor da produção
e do saldo na balança comercial
do agronegócio brasileiro.
Segundo a CNA, a queda no
valor bruto da produção agropecuária -VBP- e no PIB
(Produto Interno Bruto) do
agronegócio deve-se à queda
dos preços médios pagos aos
produtores. Mantida a situação
de baixos preços, é prevista
uma redução no PIB do agronegócio de 1,94% -R$ 10,43 bilhões a menos do que 2005.
Segundo os dados da CNA,
desenvolvidos em parceria com
o Cepea-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada), embora a safra de
grãos, por exemplo, deva ter
uma alta em 2006 estimada em
4,8%, pode-se prever uma queda de 4% no faturamento em
relação ao ano passado. Confirmadas as projeções, o PIB da
pecuária cairá 4,27% no ano.
Comparando dados dos primeiros trimestres e a produção
anual de 2005 e 2006, a CNA
projeta uma queda de R$ 6,7 bilhões no VBP dos 25 principais
produtos da agropecuária brasileira, novamente com a pecuária perdendo mais, apesar
do aumento da produção de
carne bovina, de 8,7 milhões de
toneladas em 2005 para estimados 8,9 milhões de toneladas. Os preços médios recebidos pelo pecuaristas, segundo a
CNA, caíram 10% em 2006.
A carne bovina permanece
como o principal produto da
agropecuária brasileira, com
faturamento estimado em R$
29,15 bilhões neste ano (8,6%
menos do que em 2005).
Os números da CNA apontam queda de 13,9% para a soja
e de 3% para o frango, segundo
a ordem dos principais faturamentos brasileiros. A cana-de-açúcar, com boa safra e aumento de preços, é exceção: deve
crescer 17,3%.
Ciclo vicioso
A baixa rentabilidade tem
causado menores investimentos na produção, o que, para Ricardo Cotta, superintendente
técnico da CNA, justifica as
projeções pessimistas: "O desestímulo pela baixa rentabilidade se refletirá na produção
futura, que será menor".
A CNA chega a projetar queda no saldo agrícola na balança
comercial: de US$ 38,4 bilhões,
em 2005, para US$ 37 bilhões.
"Não trabalho com um cenário de saldo menor do que o do
ano passado", diz, porém,
Amarylis Romano, da consultoria Tendências. Segundo ela,
os produtores exageram: "Estão numa situação difícil, por
isso tendem a mostrar o pior
dos mundos". Para ela, os efeitos do ciclo de menores investimentos devem ser sentidos em
2007. "No ano que vem, pode
não haver produção."
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