São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Saída para o câmbio é abrir a economia, diz Nathan Blanche

O dólar voltou a fechar ontem abaixo de R$ 1,90 e o governo tem enfrentado dificuldades em vencer essa sobrevalorização do câmbio. O processo de acumulação de reservas do Banco Central não tem sido capaz de amenizar essa tendência e ainda pode ter reflexos negativos sobre a política fiscal. As reservas já passam de US$ 150 bilhões e tendem a chegar a US$ 200 bilhões neste ano.
"O governo está se afogando em um mar de dólares e gerando custos fiscais enormes para o país", diz o empresário Nathan Blanche, sócio da Tendências e um dos maiores especialistas em câmbio do país.
O fluxo cambial em junho foi o maior desde o ano 2000, e essa abundância de dólares não tem sido administrada adequadamente.
"O governo tem demonstrado dificuldade em lidar com esse superávit", diz Blanche.
Só em junho, o Banco Central comprou cerca de US$ 8 bilhões. No ano, o total adquirido pelo BC soma US$ 56,9 bilhões.
Segundo Nathan Blanche, esse forte fluxo de ingresso de dólares tem pouco a ver com capitais de curto prazo, o que significa que a queda do juro não vai conter a valorização do câmbio. O Brasil tem recebido uma massa enorme de recursos de fora tanto na conta financeira como na conta comercial.
O fato é que o preço dos produtos exportados pelo Brasil tem subido significativamente, principalmente dos produtos alimentícios, o que tem inclusive se refletido nos índices de inflação no mundo inteiro. Além disso, o Brasil tem atraído muito capital de fora para investimentos no mercado de capitais.
Para Nathan Blanche, o Brasil deveria aproveitar esses bons ventos na economia internacional para melhorar sua capacidade produtiva e gerar mais eficiência na captação de investimentos externos.
"Tornam-se urgentes medidas competentes e ousadas tanto no âmbito da abertura comercial quanto na conta capital, com mudanças liberalizantes de normativos cambiais", diz o empresário.

TERCEIRA IDADE

Regina Moraes -filha de Antônio Ermírio de Moraes- e Regina Helou, do projeto Velho Amigo, acabam de criar novas estratégias para a associação, cujo objetivo é captar recursos para atender idosos, melhorar infra-estrutura de asilos, influenciar políticas públicas para a criação de incentivos fiscais que beneficiem causas ligadas a este público, e outros. A idéia agora, segundo a diretora Regina Helou, é incentivar as empresas parceiras a "abraçar a causa", ou seja, estimular que elas criem projetos próprios e permanentes, associados às marcas, além de contribuir com eventos pontuais e esporádicos. "Vamos mostrar que o investimento é bom para a imagem institucional", diz Helou. A associação tem parceria com empresas como MasterCard, Citroën, Banco Alfa e Nestlé.

AQUECIDO

O Brasil é um dos países que têm maior preocupação e comprometimento em relação aos problemas causados pelo aquecimento global. O país é também pessimista. A constatação é parte de pesquisa realizada pelo HSBC com 9.000 entrevistados em nove países de quatro continentes (veja quadro). Para 89% dos pesquisados brasileiros, as economias desenvolvidas deveriam ser vanguarda do controle e reversão das mudanças climáticas.

Antígua contrata brasileira para erguer aeroporto

Antígua e Barbuda está de olho no Brasil. O primeiro-ministro Baldwin Spencer, que está no Rio a convite do presidente Lula para a abertura do Pan, veio também em missão comercial.
"Vim conhecer algumas coisas importantes. Vou a São Paulo nos próximos dias para ver as usinas de álcool. Quero discutir relações bilaterais com o Brasil", diz Spencer, que inaugura, no domingo, o consulado do país, na capital paulista.
Entre as empresas que têm negócios com o país antilhano está a Andrade Gutierrez, que assina contrato no valor de US$ 150 milhões para a construção do aeroporto internacional de Antígua.
A Contem, usina de álcool de Campinas, firma outro contrato, de US$ 50 milhões, para a implantação de uma usina de desidratação de álcool em Antígua. A idéia é que seja importado do Brasil e desidratado no Caribe, para ser exportado para os Estados Unidos.

RECORDE
Calos Lupi (Trabalho) irá divulgar hoje o melhor resultado semestral de geração de empregos no mercado de trabalho formal desde que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foi criado, em 1992. Os setores que mais contrataram foram o de construção civil e o agrícola. O recorde anterior tinha sido registrado em 2004.

INTERLIGAÇÃO
O BNDES aprovou nesta semana um financiamento de US$ 116,6 milhões para a exportação de 500 ônibus fabricados pela DaimlerChrysler do Brasil para o Chile. Os ônibus serão utilizados no sistema interligado de transporte com o metrô nas ruas de Santiago.

ELEVADOR
No último ranking divulgado pelo Banco Central, o banco Itaú retomou a liderança que tinha conquistado em setembro de 2006 e perdido em dezembro 2007. O banco aparece com o maior patrimônio líquido, de R$ 26,237 bilhões, acima de Banco do Brasil e Bradesco.

BANCO DE PRAÇA
A SulAmérica, e o Instituto Sou da Paz acabam de lançar o projeto Praças da Paz SulAmérica, para a revitalização de praças públicas em São Paulo com participação de comunidades. O objetivo é melhorar a estrutura de praças de Brasilândia, na zona norte, Lajeado, na zona leste, e Jardim Ângela, zona sul. O investimento é de R$ 2,5 milhões.


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