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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Saída para o câmbio é abrir a economia, diz Nathan Blanche
O dólar voltou a fechar ontem abaixo de R$ 1,90 e o governo tem enfrentado dificuldades
em vencer essa sobrevalorização do câmbio. O processo de
acumulação de reservas do
Banco Central não tem sido capaz de amenizar essa tendência
e ainda pode ter reflexos negativos sobre a política fiscal. As
reservas já passam de US$ 150
bilhões e tendem a chegar a
US$ 200 bilhões neste ano.
"O governo está se afogando
em um mar de dólares e gerando custos fiscais enormes para
o país", diz o empresário Nathan Blanche, sócio da Tendências e um dos maiores especialistas em câmbio do país.
O fluxo cambial em junho foi
o maior desde o ano 2000, e essa abundância de dólares não
tem sido administrada adequadamente.
"O governo tem demonstrado dificuldade em lidar com esse superávit", diz Blanche.
Só em junho, o Banco Central
comprou cerca de US$ 8 bilhões. No ano, o total adquirido
pelo BC soma US$ 56,9 bilhões.
Segundo Nathan Blanche, esse forte fluxo de ingresso de dólares tem pouco a ver com capitais de curto prazo, o que significa que a queda do juro não vai
conter a valorização do câmbio.
O Brasil tem recebido uma
massa enorme de recursos de
fora tanto na conta financeira
como na conta comercial.
O fato é que o preço dos produtos exportados pelo Brasil
tem subido significativamente,
principalmente dos produtos
alimentícios, o que tem inclusive se refletido nos índices de inflação no mundo inteiro. Além
disso, o Brasil tem atraído muito capital de fora para investimentos no mercado de capitais.
Para Nathan Blanche, o Brasil deveria aproveitar esses
bons ventos na economia internacional para melhorar sua capacidade produtiva e gerar
mais eficiência na captação de
investimentos externos.
"Tornam-se urgentes medidas competentes e ousadas tanto no âmbito da abertura comercial quanto na conta capital, com mudanças liberalizantes de normativos cambiais",
diz o empresário.
TERCEIRA IDADE
Regina Moraes -filha de Antônio Ermírio de Moraes- e
Regina Helou, do projeto Velho Amigo, acabam de criar novas estratégias para a associação, cujo objetivo é captar recursos para atender idosos, melhorar infra-estrutura de asilos, influenciar políticas públicas para a criação de incentivos fiscais que beneficiem causas ligadas a este público, e
outros. A idéia agora, segundo a diretora Regina Helou, é incentivar as empresas parceiras a "abraçar a causa", ou seja,
estimular que elas criem projetos próprios e permanentes,
associados às marcas, além de contribuir com eventos pontuais e esporádicos. "Vamos mostrar que o investimento é
bom para a imagem institucional", diz Helou. A associação
tem parceria com empresas como MasterCard, Citroën,
Banco Alfa e Nestlé.
AQUECIDO
O Brasil é um dos países que têm maior preocupação e
comprometimento em relação aos problemas causados
pelo aquecimento global. O país é também pessimista. A
constatação é parte de pesquisa realizada pelo HSBC com
9.000 entrevistados em nove países de quatro continentes (veja quadro). Para 89% dos pesquisados brasileiros,
as economias desenvolvidas deveriam ser vanguarda do
controle e reversão das mudanças climáticas.
Antígua contrata brasileira para erguer aeroporto
Antígua e Barbuda está de
olho no Brasil. O primeiro-ministro Baldwin Spencer, que está no Rio a convite do presidente Lula para a abertura do Pan,
veio também em missão comercial.
"Vim conhecer algumas coisas importantes. Vou a São
Paulo nos próximos dias para
ver as usinas de álcool. Quero
discutir relações bilaterais com
o Brasil", diz Spencer, que inaugura, no domingo, o consulado
do país, na capital paulista.
Entre as empresas que têm
negócios com o país antilhano
está a Andrade Gutierrez, que
assina contrato no valor de
US$ 150 milhões para a construção do aeroporto internacional de Antígua.
A Contem, usina de álcool de
Campinas, firma outro contrato, de US$ 50 milhões, para a
implantação de uma usina de
desidratação de álcool em Antígua. A idéia é que seja importado do Brasil e desidratado no
Caribe, para ser exportado para
os Estados Unidos.
RECORDE
Calos Lupi (Trabalho) irá
divulgar hoje o melhor resultado semestral de geração de empregos no mercado de trabalho formal desde
que o Caged (Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados) foi criado, em
1992. Os setores que mais
contrataram foram o de
construção civil e o agrícola.
O recorde anterior tinha sido registrado em 2004.
INTERLIGAÇÃO
O BNDES aprovou nesta
semana um financiamento
de US$ 116,6 milhões para a
exportação de 500 ônibus
fabricados pela DaimlerChrysler do Brasil para o
Chile. Os ônibus serão utilizados no sistema interligado
de transporte com o metrô
nas ruas de Santiago.
ELEVADOR
No último ranking divulgado pelo Banco Central, o
banco Itaú retomou a liderança que tinha conquistado
em setembro de 2006 e perdido em dezembro 2007. O
banco aparece com o maior
patrimônio líquido, de
R$ 26,237 bilhões, acima de
Banco do Brasil e Bradesco.
BANCO DE PRAÇA
A SulAmérica, e o Instituto Sou da Paz acabam de lançar o projeto Praças da Paz
SulAmérica, para a revitalização de praças públicas em
São Paulo com participação
de comunidades. O objetivo
é melhorar a estrutura de
praças de Brasilândia, na zona norte, Lajeado, na zona
leste, e Jardim Ângela, zona
sul. O investimento é de R$
2,5 milhões.
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