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Fusões levam Bolsas mundiais a recordes
Notícias corporativas embalam mercado; Bovespa e Dow Jones atingem níveis históricos e Nasdaq vai ao maior patamar em 6 anos
Dólar recua mais 1% e cai
a R$ 1,873; risco-país desce
a 151 pontos e especialistas
acreditam que mercado
acionário ainda tem fôlego
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado acionário mostrou ontem que tem fôlego para
seguir com a quebra de recordes neste segundo semestre.
Com as preocupações com a cena econômica dando trégua, os
investidores focaram nas notícias corporativas. Houve valorizações expressivas nas principais praças mundiais.
Na Bolsa de Valores de São
Paulo, a alta de 2,23% levou o
índice Ibovespa a um novo patamar recorde: 57.613 pontos.
Em Nova York, o Dow Jones
também cravou nova máxima
histórica, de 13.861 pontos,
após subir 2,09%. A Bolsa eletrônica de ações de tecnologia
Nasdaq teve alta de 1,88%. Encerrou em seu mais elevado nível em mais de seis anos.
Os pregões abriram em terreno positivo. Expectativas favoráveis para o setor varejista
norte-americano se juntaram a
notícias de fusões e aquisições
- sendo o principal destaque a
oferta da mineradora Rio Tinto
pela Alcan, operação avaliada
em US$ 38 bilhões- e levaram
otimismo ao mercado (leia texto abaixo).
A Europa não se isolou do
movimento de alta: em Frankfurt, houve apreciação de
1,96%. Em seguida vieram as
Bolsas de Paris (1,70%), Londres (1,25%) e Madri (1,19%).
A Bolsa de Buenos Aires foi
outra que comemorou o alcance de um novo pico histórico,
com o índice Merval registrando alta de 1,01%.
"O mercado focou nas notícias e perspectivas corporativas favoráveis, e as ações não
encontraram dificuldades para
voltar a subir, levando as Bolsas
aqui e nos EUA a quebrarem recordes", afirma Jason Vieira,
economista-chefe da UpTrend
Consultoria Econômica.
A Bovespa quebrou ontem
seu 29º recorde do ano, passando a acumular valorização de
29,54% em 2007. Em todo
2006, quando o mercado acionário já tinha sido na média a
melhor opção de investimento,
a Bolsa paulista acumulou ganhos de 32,9%.
O volume financeiro movimentado ontem superou em
muito a média diária do ano
(que é de R$ 4,01 bilhões), batendo em R$ 5,83 bilhões.
"Os fundamentos para a Bolsa de Valores continuam bastante favoráveis. O cenário para
a Bolsa ainda é muito bom", diz
Alexandre Lintz, estrategista-chefe do banco BNP Paribas.
"O cenário de curto prazo é
favorável para a Bovespa, os juros ainda estão em queda. Se
não houver solavancos lá fora, a
Bolsa tem tudo para seguir em
alta", avalia Vieira.
Mas os analistas lembram
que sempre há risco em investir no mercado acionário. Mesmo em um momento amplamente favorável, como o atual,
não há garantias de que o mercado não sofrerá quedas.
A presença dos estrangeiros
no pregão da Bovespa -que, segundo operadores, compraram
pesados volumes de ações- foi
relevante para o salto registrado ontem. Esse grupo é o que
mais negocia no mercado acionário paulista. Assim, quando
estão com apetite, ajudam a impulsionar a Bolsa.
Na primeira semana deste
mês, as compras de ações feitas
pelos estrangeiros bateram as
vendas em R$ 83,95 milhões.
Em junho, esse balanço ficou
negativo em R$ 2,083 bilhões.
As ações do Unibanco lideraram as altas no pregão da Bovespa ontem. Nenhum dos 59
papéis que formam o índice
Ibovespa subiu mais que os
6,83% conquistados por Unibanco Unit. No setor bancário,
Itaú PN se valorizou 4,21%, e
Bradesco PN, 3,68%.
Hoje estréiam no pregão da
Bolsa as ações da Redecard.
Ontem, após o fechamento
do mercado, a Vulcabras anunciou a compra da Calçados Azaléia. A ação PN da Vulcabras
caiu 5,02% ontem.
Dólar em queda
O cenário favorável acabou
por derrubar ainda mais a cotação do dólar. A moeda americana se depreciou mais 1% diante
do real e terminou vendida a R$
1,873, mesmo com o Banco
Central realizando leilão para
comprar divisa estrangeiras
das instituições financeiras.
"[Nesta semana] o dólar
rompeu o R$ 1,90 e não existe
piso para a cotação. A tendência de queda segue firme", diz o
economista Alex Agostini, da
consultoria Austin Rating.
"Mesmo que o Banco Central
siga comprando dólares, a força
do mercado é muito maior",
afirma o economista.
Com o maior apetite por risco verificado ontem, os investidores também procuraram papéis da dívida de emergentes.
Com isso, o risco-país brasileiro, caiu 1,9%, a 151 pontos.
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