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Começar obra é mais difícil que "botar um ovo", diz presidente
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, na solenidade de assinatura de novos
acordos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento)
em Recife (PE), que entraves
burocráticos, ambientais e jurídicos podem atrasar o início
das obras no país.
"Às vezes a gente vem aqui,
faz tudo isso que nós estamos
fazendo e, na semana seguinte,
o companheiro começa a pensar: "cadê a obra na minha vila?'", afirmou. "É uma coisa
mais difícil do que a galinha botar um ovo. É complicado porque, lá, ela sofre, mas bota o
ovo. Aqui, a gente sofre, sofre, e
às vezes o ovo demora mais
tempo do que deveria", declarou o presidente.
A uma platéia de 2.400 pessoas, grande parte dela formada por moradores de comunidades a serem beneficiadas por
obras do PAC, Lula pediu compreensão. "A compreensão de
que, quando a gente sair daqui,
a obra não vai começar."
Em tom didático, relatou os
obstáculos que encontra para
iniciar uma obra. Falou da burocracia, dos recursos judiciais
de empresas derrotadas nas licitações, do Tribunal de Contas
e do "companheiro" que representa um instituto ambiental e
suspende a execução do projeto. "E todas essas paradas que
vão dando, às vezes demora um
ano, dois anos, e a coisa não
acontece", disse. Lula pediu um
esforço conjunto para que "as
coisas aconteçam neste país".
Aplaudido a todo o instante
no Estado onde nasceu, disse
que "o Nordeste não pode continuar sendo, na faixa do mapa
brasileiro, reprodutor de pobre". Ele retomou o discurso de
campanha, lembrando a história do retirante nordestino que
foi eleito presidente.
(FG)
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