DE BUENOS AIRES

O secretário de Comércio Interior da Argentina, Guillermo Moreno, que assumiu ares de coordenador do gabinete de crise energética do governo depois que, na sexta-feira passada se reuniu com os acionistas da principal distribuidora de gás do país e exigiu que seu diretor-geral fosse substituído, terá que depor na Justiça sobre outra intervenção, a feita no início do ano no Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos).
O procurador federal Carlos Stornelli pediu ao juiz que conduz a investigação que Moreno deponha sobre suposta violação estatística no órgão, em fevereiro, quando foi divulgada a inflação de janeiro -1,1%. O resultado, considerado alto pelo governo, levou Moreno a intervir no organismo, substituindo a diretora Graciela Bevacqua por Beatriz Paglieri, que implementou mudança de metodologia no cálculo da inflação, que desde então está sob suspeita de maquiagem, acusada por funcionários do próprio Indec.
Segundo Stornelli, Moreno abusou de suas funções e fez funcionários do Indec lhe entregarem informações sobre a lista de locais onde o instituto faz a pesquisa da inflação.
Com os dados, Moreno e Paglieri teriam elaborado a nova metodologia que tornou a inflação mais baixa -0,4% nos últimos dois meses. (RR)


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