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Inadimplência cai 1,6% no semestre
Dados da Serasa apontam que participação dos bancos nas dívidas não pagas pelos consumidores cresceu para 37,9%
Patamar de inadimplência é considerado elevado, pois
índice cresceu 15,3% de janeiro a junho de 2006
sobre igual período de 2005
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Apesar da expansão na oferta
de crédito, que poderia aumentar o risco de calote dos consumidores, a inadimplência caiu
1,6% no primeiro semestre,
com relação ao mesmo período
de 2006. Segundo a Serasa,
houve queda ainda maior
(2,5%) no confronto de junho
com igual mês do ano passado.
A queda dos juros e o alongamento dos prazos contribuem
para esse cenário, fazendo com
que a parcela mensal caiba no
bolso do consumidor. O aumento da renda do trabalhador
é outro fator determinante, influenciado também pelos empregados que conseguiram reajustes acima da inflação.
Para Nicola Tingas, economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos, "é o começo
de uma aprendizagem", na qual
o brasileiro está saindo de modalidades emergenciais, como
o cheque especial, que têm potencial de inadimplência
maior, para as de longo prazo,
como o empréstimo consignado, com juros mais baixos.
Apesar da redução de 1,6%, a
inadimplência ainda está em
um patamar elevado, já que, no
primeiro semestre de 2006, no
confronto com 2005, houve aumento de 15,3% no indicador.
A população de baixa renda,
que em tempos de instabilidade tinha dificuldades de acesso
ao crédito, agora consegue pegar empréstimos mais facilmente, pois, num cenário econômico favorável, os bancos
tendem a aumentar o risco de
suas operações. Como lembra
Dênis Blum, analista da Tendências Consultoria, ao ampliar a base de devedores, são
incluídos clientes com menos
garantias de pagamento.
As dívidas não pagas com os
bancos ainda lideram o ranking
e, no primeiro semestre, a participação foi ampliada de 31,8%
para 37,9% do total. Em seguida aparecem os cartões de crédito e as financeiras, com queda
de 32,3% para 31,1%, e os cheques sem fundos, passando de
33% para 28,4%.
Para o segundo semestre, as
perspectivas são boas. De acordo com Carlos Almeida, assessor econômico da Serasa, a inadimplência tende a ser menor
nesse período, puxando para
baixo o acumulado do ano.
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