São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Inadimplência cai 1,6% no semestre

Dados da Serasa apontam que participação dos bancos nas dívidas não pagas pelos consumidores cresceu para 37,9%

Patamar de inadimplência é considerado elevado, pois índice cresceu 15,3% de janeiro a junho de 2006 sobre igual período de 2005

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

Apesar da expansão na oferta de crédito, que poderia aumentar o risco de calote dos consumidores, a inadimplência caiu 1,6% no primeiro semestre, com relação ao mesmo período de 2006. Segundo a Serasa, houve queda ainda maior (2,5%) no confronto de junho com igual mês do ano passado.
A queda dos juros e o alongamento dos prazos contribuem para esse cenário, fazendo com que a parcela mensal caiba no bolso do consumidor. O aumento da renda do trabalhador é outro fator determinante, influenciado também pelos empregados que conseguiram reajustes acima da inflação.
Para Nicola Tingas, economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos, "é o começo de uma aprendizagem", na qual o brasileiro está saindo de modalidades emergenciais, como o cheque especial, que têm potencial de inadimplência maior, para as de longo prazo, como o empréstimo consignado, com juros mais baixos.
Apesar da redução de 1,6%, a inadimplência ainda está em um patamar elevado, já que, no primeiro semestre de 2006, no confronto com 2005, houve aumento de 15,3% no indicador.
A população de baixa renda, que em tempos de instabilidade tinha dificuldades de acesso ao crédito, agora consegue pegar empréstimos mais facilmente, pois, num cenário econômico favorável, os bancos tendem a aumentar o risco de suas operações. Como lembra Dênis Blum, analista da Tendências Consultoria, ao ampliar a base de devedores, são incluídos clientes com menos garantias de pagamento.
As dívidas não pagas com os bancos ainda lideram o ranking e, no primeiro semestre, a participação foi ampliada de 31,8% para 37,9% do total. Em seguida aparecem os cartões de crédito e as financeiras, com queda de 32,3% para 31,1%, e os cheques sem fundos, passando de 33% para 28,4%.
Para o segundo semestre, as perspectivas são boas. De acordo com Carlos Almeida, assessor econômico da Serasa, a inadimplência tende a ser menor nesse período, puxando para baixo o acumulado do ano.


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