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Vulcabras adquire o controle da Azaléia
CVM suspeita de que houve vazamento de informação
DA FOLHA ONLINE
A Vulcabras anunciou ontem, após o fechamento do
mercado, a compra da Calçados
Azaléia, por meio de sua subsidiária Vulcabras do Nordeste.
Segundo o anúncio, a Vulcabras passa a deter 51,28% do capital total da Azaléia -o valor
do negócio não foi informado.
A Vulcabras adquiriu 99,74%
das ações ordinárias (ON, com
direito a voto) da Azaléia, sendo
que já havia comprado 22,67%
das ações preferenciais (PN,
sem direito a voto) neste mês.
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), entidade que fiscaliza o mercado de capitais, já
havia dito que investigaria a
compra de parte da Azaléia pela
Vulcabras. A suspeita é que tenha havido vazamento de informações, já que as ações ordinárias da Vulcabras tiveram alta de 44,85% um dia antes da
divulgação do negócio.
A Vulcabras foi fundada em
1952, em São Paulo, e hoje é distribuidora oficial da Reebok no
Brasil. Obteve receita líquida
de R$ 444,64 milhões em 2006;
a da Azaléia foi de R$ 791,58 milhões.
A Azaléia, fundada em 1958 e
fabricante dos produtos AZ, Dijean, Funny, Opanka e Olympikus, produz 45 milhões de pares de sapatos por ano e emprega 14 mil funcionários. De toda
a produção, 18% são exportados para mais de 80 países.
Com o negócio, os gêmeos
Alexandre e Pedro Grendene
aumentam sua participação no
mercado calçadista do país.
Além da Vulcabras e da Azaléia, Pedro Grendene também
tem 15% da Calçados Beira Rio.
A Grendene, controlada por
Alexandre, é a segunda maior
indústria calçadista do país,
com receita líquida de R$ 1,1 bilhão no ano passado. Ela fica
atrás apenas da Alpargatas, cujo faturamento líquido somou
R$ 1,4 bilhão em 2006.
O negócio entre Vulcabras e
Azaléia poderá vir a ter de passar pelo crivo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica). A soma das participações de mercado das marcas Olympikus, da Azaléia, e
Reebok, da Vulcabras, chegaria
a 50% do mercado de tênis.
Quando há concentração de
mercado superior a 20%, cabe
ao órgão de defesa da concorrência aprovar o negócio.
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