São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Vulcabras adquire o controle da Azaléia

CVM suspeita de que houve vazamento de informação

DA FOLHA ONLINE

A Vulcabras anunciou ontem, após o fechamento do mercado, a compra da Calçados Azaléia, por meio de sua subsidiária Vulcabras do Nordeste.
Segundo o anúncio, a Vulcabras passa a deter 51,28% do capital total da Azaléia -o valor do negócio não foi informado.
A Vulcabras adquiriu 99,74% das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Azaléia, sendo que já havia comprado 22,67% das ações preferenciais (PN, sem direito a voto) neste mês.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entidade que fiscaliza o mercado de capitais, já havia dito que investigaria a compra de parte da Azaléia pela Vulcabras. A suspeita é que tenha havido vazamento de informações, já que as ações ordinárias da Vulcabras tiveram alta de 44,85% um dia antes da divulgação do negócio.
A Vulcabras foi fundada em 1952, em São Paulo, e hoje é distribuidora oficial da Reebok no Brasil. Obteve receita líquida de R$ 444,64 milhões em 2006; a da Azaléia foi de R$ 791,58 milhões.
A Azaléia, fundada em 1958 e fabricante dos produtos AZ, Dijean, Funny, Opanka e Olympikus, produz 45 milhões de pares de sapatos por ano e emprega 14 mil funcionários. De toda a produção, 18% são exportados para mais de 80 países.
Com o negócio, os gêmeos Alexandre e Pedro Grendene aumentam sua participação no mercado calçadista do país.
Além da Vulcabras e da Azaléia, Pedro Grendene também tem 15% da Calçados Beira Rio. A Grendene, controlada por Alexandre, é a segunda maior indústria calçadista do país, com receita líquida de R$ 1,1 bilhão no ano passado. Ela fica atrás apenas da Alpargatas, cujo faturamento líquido somou R$ 1,4 bilhão em 2006.
O negócio entre Vulcabras e Azaléia poderá vir a ter de passar pelo crivo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A soma das participações de mercado das marcas Olympikus, da Azaléia, e Reebok, da Vulcabras, chegaria a 50% do mercado de tênis. Quando há concentração de mercado superior a 20%, cabe ao órgão de defesa da concorrência aprovar o negócio.


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