MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A permanência do dólar acima de R$ 3 trará novas pressões para a inflação nos próximos meses na avaliação da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Segundo a instituição, os primeiros itens a serem reajustados serão os combustíveis e o gás de cozinha.
Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que uma eventual mudança de patamar do valor da moeda norte-americana para R$ 3 trará pressão também para outros produtos, principalmente alimentos.
Trigo e óleo de soja, dois dos líderes de aumentos nas últimas semanas, devido ao aumento dos preços externos e da elevação do dólar no mercado interno, poderão pressionar ainda mais. Nos últimos 30 dias terminados em 7 deste mês, a inflação foi de 0,79% em São Paulo, acima da taxa de 0,67% de julho, e esses dois itens foram importantes para a aceleração da taxa.
Os pesquisadores da Fipe verificaram aumento de 11,1% no preço do pãozinho e de 8% no do óleo de soja no período. Esses dois itens somaram 20% da inflação do período.
O coordenador da Fipe, diz, no entanto, que se o Banco Central conseguir impedir novos aumentos do dólar, a participação do pãozinho e do óleo de soja diminuirá. As recentes pressões dos aumentos externos e da taxa de câmbio interno já foram incorporadas e esses itens vão parar de subir até o final do mês.
Dois outros itens de grande participação na inflação são feijão e leite tipo B, que tiveram aumentos de 14% e 9%, respectivamente. A alta desses produtos se deve à redução de oferta devido à quebra na safra.
A inflação deste mês é pressionada, ainda, por tarifas públicas: energia elétrica e telefone. Juntos, esses itens foram responsáveis por uma inflação de 0,22% nos últimos 30 dias até 7 deste mês.



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