São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Para analistas, eventual corte na taxa não virá antes de setembro; Bolsas caem nos EUA, na Europa e no Japão

Federal Reserve deverá manter juros em 1,75% hoje

DA REDAÇÃO

O Federal Reserve (banco central dos EUA) deverá manter os juros em 1,75% ao ano hoje, durante a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee, o comitê de política monetária da instituição). Havia a expectativa de que pudesse haver uma redução na taxa, mas, para os analistas do mercado, isso não deverá ocorrer até o próximo mês.
Durante toda a semana passada houve forte especulação de que o Fed poderia agir para evitar o risco de uma nova contração econômica. O Morgan Stanley, por exemplo, emitiu uma análise em que prevê o corte de 0,50 ponto percentual hoje.
A perspectiva de juros menores deu alento ao mercado financeiro na semana passada, e o índice Dow Jones cravou sua melhor semana desde setembro. Mas ontem os investidores já não acreditavam que Alan Greenspan, o presidente do Fed, e seus colegas optariam por uma nova redução na taxa.
A mudança de expectativa derrubou as principais Bolsas do planeta ontem, com os investidores vendendo papéis para embolsar os lucros dos bons negócios da semana passada. Contribuiu para as perdas de ontem a concordata da US Airways, a sexta maior empresa aérea dos EUA, anunciada no domingo.
As Bolsas dos EUA conseguiram reduzir parte da queda antes do encerramento do pregão, mas os mercados europeus fecharam o dia com perdas significativas. O Dow Jones caiu 0,65%, a Nasdaq ficou praticamente estável (alta de 0,06%) e o índice Standard & Poor's 500 baixou 0,53%.
Na Europa, todas caíram: Londres, 2,33% Paris, 2,42%; e Frankfurt, 3,02%. Tóquio recuou 2,52%.
"Não está acontecendo muita coisa hoje. As pessoas estão esperando para ver o que o Fed vai fazer", disse Robert Streed, administrador de carteira de investimentos da consultoria Northern Select Equity Fund.
De acordo com levantamento da agência Reuters, entre 22 bancos que operam com o Fed no mercado financeiro, 21 previram que não haveria alteração na taxa hoje, que está no menor patamar dos últimos 40 anos. Dez instituições disseram que o Fed adotaria um viés de baixa, sinalizando para um eventual corte em setembro.
A turbulência brasileira também afetou a Bolsa de Nova York. O Unibanco ficou em terceiro lugar na lista dos maiores perdedores de Wall Street ontem, com suas ações caindo 16,5%. A Copene recuou 11,9% e os papéis do Itaú baixaram 10,3%.


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