São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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COMÉRCIO

Governo americano permite importação de aços de baixo teor de carbono; Brasil é o maior exportador do produto

EUA aliviam restrições ao aço brasileiro

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

Os EUA suavizaram ontem as sanções impostas ao aço importado do Brasil. O Departamento de Comércio e o USTR (departamento comercial da Casa Branca) anunciaram que 500 mil toneladas de um tipo específico de placa de aço produzido no Brasil ficarão excluídas das barreiras comerciais criadas pelo governo norte-americano em março passado.
A decisão atende a pedidos da indústria siderúrgica brasileira - feito por meio do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) - e de companhias norte-americanas que, por consumirem o produto, estavam sendo prejudicadas pela cota que limitou o volume importado desse tipo de aço. O IBS queria a exclusão de um milhão de toneladas do produto, e não apenas 500 mil toneladas. O Itamaraty deu apoio político aos pedidos.
O produto em questão é a placa de aço com baixa quantidade de carbono ("Ultra Low Carbon Slab"), item vital para a indústria automobilística americana por ser mais flexível que os laminados comuns e absorver melhor as tintas. Outros 36 produtos siderúrgicos também tiveram suas importações flexibilizadas ontem. Segundo o USTR, não havia oferta nos EUA desses tipos de aço.
A decisão americana beneficia a indústria siderúrgica brasileira porque o Brasil é o maior exportador mundial das placas de aço com baixa quantidade de carbono. Mas, em tese, quaisquer companhias que desejem exportar as placas de aço de baixo carbono para os EUA, dentro da janela de 500 mil toneladas, poderão fazê-lo, competindo entre si.
Em especial, a decisão favorece a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que enfrentava problemas para fornecer o produto a sua subsidiária nos EUA, a CSN-LLC (antiga Heartland Steel). A Companhia Siderúrgica de Tubarão também fabrica o produto.
Em março, o governo americano anunciou a imposição de cota e tarifas de 8% a 30% por três anos sobre o aço exportado pelo Brasil e pelo resto do mundo, dando início a uma batalha comercial de escala mundial. Para os produtos semi-acabados (que incluem as placas de aço), os EUA fixaram uma cota de 5,4 milhões de toneladas, das quais 2,8 milhões de toneladas ficaram para o Brasil, o que foi visto como insuficiente pelas siderúrgicas brasileiras.


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