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COMÉRCIO
Governo americano permite importação de aços de baixo teor de carbono; Brasil é o maior exportador do produto
EUA aliviam restrições ao aço brasileiro
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Os EUA suavizaram ontem as
sanções impostas ao aço importado do Brasil. O Departamento de
Comércio e o USTR (departamento comercial da Casa Branca)
anunciaram que 500 mil toneladas de um tipo específico de placa
de aço produzido no Brasil ficarão
excluídas das barreiras comerciais criadas pelo governo norte-americano em março passado.
A decisão atende a pedidos da
indústria siderúrgica brasileira -
feito por meio do IBS (Instituto
Brasileiro de Siderurgia) - e de
companhias norte-americanas
que, por consumirem o produto,
estavam sendo prejudicadas pela
cota que limitou o volume importado desse tipo de aço. O IBS queria a exclusão de um milhão de toneladas do produto, e não apenas
500 mil toneladas. O Itamaraty
deu apoio político aos pedidos.
O produto em questão é a placa
de aço com baixa quantidade de
carbono ("Ultra Low Carbon
Slab"), item vital para a indústria
automobilística americana por
ser mais flexível que os laminados
comuns e absorver melhor as tintas. Outros 36 produtos siderúrgicos também tiveram suas importações flexibilizadas ontem. Segundo o USTR, não havia oferta
nos EUA desses tipos de aço.
A decisão americana beneficia a
indústria siderúrgica brasileira
porque o Brasil é o maior exportador mundial das placas de aço
com baixa quantidade de carbono. Mas, em tese, quaisquer companhias que desejem exportar as
placas de aço de baixo carbono
para os EUA, dentro da janela de
500 mil toneladas, poderão fazê-lo, competindo entre si.
Em especial, a decisão favorece
a CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional), que enfrentava problemas para fornecer o produto a sua
subsidiária nos EUA, a CSN-LLC
(antiga Heartland Steel). A Companhia Siderúrgica de Tubarão
também fabrica o produto.
Em março, o governo americano anunciou a imposição de cota
e tarifas de 8% a 30% por três anos
sobre o aço exportado pelo Brasil
e pelo resto do mundo, dando início a uma batalha comercial de escala mundial. Para os produtos
semi-acabados (que incluem as
placas de aço), os EUA fixaram
uma cota de 5,4 milhões de toneladas, das quais 2,8 milhões de toneladas ficaram para o Brasil, o que foi visto como insuficiente pelas siderúrgicas brasileiras.
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