São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONTROLE

Pesquisa da ANP mostra alta na margem de lucro das revendas; prazo para não haver tabelamento vence sexta

Preço médio do gás no país cai só R$ 0,12

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de toda a pressão do governo, o preço do gás custa a ceder: caiu apenas 0,46% na média nacional depois de o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) dar poderes à ANP (Agência Nacional do Petróleo) para controlar o valor do produto.
É isso o que revela pesquisa da própria ANP, que aponta ainda que a margem de lucro dos revendedores de gás subiu 18,38% na cidade de São Paulo na semana de 4 a 10 de agosto -período que abrange quatro dias depois da decisão do CNPE. No município do Rio, a alta foi maior: 26,93%.
No último dia 6, quando saiu a resolução do CNPE, o ministro Francisco Gomide (Minas e Energia) deu dez dias para baixar o preço do gás -por meio de negociação com revendas, distribuidoras e Petrobras- ou a ANP passaria a controlar o valor máximo do produto. O prazo vence na próxima sexta-feira.
Segundo o levantamento da ANP, o preço médio ao consumidor do gás caiu de R$ 26,20 na semana encerrada no dia 3 de agosto para R$ 26,08 no período terminado no dia 10. No mesmo intervalo, o valor cobrado na capital paulista subiu de R$ 25,06 para R$ 25,23. No Rio, baixou de R$ 23,30 para R$ 23,09.
De acordo com dados do levantamento da ANP, é possível observar que as revendedoras aproveitaram para recompor sua margem de lucro (o quanto ganham em cada botijão vendido), o que pode ter impedido uma queda maior no preço do gás. Enquanto as margens das distribuidoras caíram, o ganho das revendas cresceu no Rio e em São Paulo.
Na capital paulista, o ganho bruto por botijão das distribuidoras caiu de R$ 7 para R$ 6,51 -uma redução de 7%. Enquanto isso, o das revendas subiu de R$ 3,59 para R$ 4,25 (alta de 18,38%).
No Rio, a margem da distribuição recuou 21,7% -de R$ 5,95 para R$ 4,65. Ao mesmo tempo, na revenda ela cresceu de R$ 4,01 para R$ 5,09 (alta de 26,93%).
Segundo o presidente da Fergás (Federação Nacional dos Revendedores de Gás), Álvaro Chagas, "as variações de margem de uma semana para outra são naturais" e mostram apenas uma radiografia do momento, o que não reflete um aumento de ganhos. Procurados, representantes do Sindigás não foram localizados até as 19h.


Texto Anterior: Tango: Cavallo compara Brasil à Argentina
Próximo Texto: Com todo o gás
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.