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CONTROLE
Pesquisa da ANP mostra alta na margem de lucro das revendas; prazo para não haver tabelamento vence sexta
Preço médio do gás no país cai só R$ 0,12
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de toda a pressão do governo, o preço do gás custa a ceder: caiu apenas 0,46% na média
nacional depois de o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) dar poderes à ANP (Agência
Nacional do Petróleo) para controlar o valor do produto.
É isso o que revela pesquisa da
própria ANP, que aponta ainda
que a margem de lucro dos revendedores de gás subiu 18,38% na
cidade de São Paulo na semana de
4 a 10 de agosto -período que
abrange quatro dias depois da decisão do CNPE. No município do
Rio, a alta foi maior: 26,93%.
No último dia 6, quando saiu a
resolução do CNPE, o ministro
Francisco Gomide (Minas e Energia) deu dez dias para baixar o
preço do gás -por meio de negociação com revendas, distribuidoras e Petrobras- ou a ANP passaria a controlar o valor máximo
do produto. O prazo vence na
próxima sexta-feira.
Segundo o levantamento da
ANP, o preço médio ao consumidor do gás caiu de R$ 26,20 na semana encerrada no dia 3 de agosto para R$ 26,08 no período terminado no dia 10. No mesmo intervalo, o valor cobrado na capital
paulista subiu de R$ 25,06 para R$
25,23. No Rio, baixou de R$ 23,30
para R$ 23,09.
De acordo com dados do levantamento da ANP, é possível observar que as revendedoras aproveitaram para recompor sua margem de lucro (o quanto ganham
em cada botijão vendido), o que
pode ter impedido uma queda
maior no preço do gás. Enquanto
as margens das distribuidoras caíram, o ganho das revendas cresceu no Rio e em São Paulo.
Na capital paulista, o ganho
bruto por botijão das distribuidoras caiu de R$ 7 para R$ 6,51
-uma redução de 7%. Enquanto
isso, o das revendas subiu de R$
3,59 para R$ 4,25 (alta de 18,38%).
No Rio, a margem da distribuição recuou 21,7% -de R$ 5,95
para R$ 4,65. Ao mesmo tempo,
na revenda ela cresceu de R$ 4,01
para R$ 5,09 (alta de 26,93%).
Segundo o presidente da Fergás
(Federação Nacional dos Revendedores de Gás), Álvaro Chagas,
"as variações de margem de uma
semana para outra são naturais" e
mostram apenas uma radiografia
do momento, o que não reflete
um aumento de ganhos. Procurados, representantes do Sindigás
não foram localizados até as 19h.
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