São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Ações do setor bancário voltam a cair, após baixa de 4,3% dos C-Bonds; juros têm pequena alta

Bolsa inicia a semana em queda de 2,6%

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo iniciou a semana com desvalorização de 2,62%, a 9.723 pontos. O volume financeiro foi de R$ 647,033 milhões.
Com o dólar em alta e a especulação em torno do cenário político brasileiro, o comportamento do mercado de ações não poderia ter sido diferente.
A conclusão do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) não afastou a preocupação do investidor externo com o cenário brasileiro.
O foco, agora, são as eleições presidenciais. Pesquisas de intenção de voto mostram que são grandes as possibilidades de dois candidatos de oposição -Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PPS)- irem para o segundo turno. Lula já é conhecido do investidor estrangeiro e é lembrado por seu discurso, no passado, de suspensão de pagamentos da dívida externa. Ciro é uma incógnita e avaliado como dúbio pelo mercado. Agradaria aos investidores a vitória do candidato do governo, José Serra (PSDB), por ele representar a continuidade da atual política econômica. Serra, no entanto, está longe de decolar nas pesquisas.
O risco-país teve forte alta, mais uma vez, ontem. O indicador calculado pelo banco JP Morgan subiu 10,8%, para 2.221 pontos.
A preocupação externa levou os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, a cair 4,3% .
A queda dos C-Bonds, mais uma vez, prejudicou as ações do setor bancário na Bovespa.
Os papéis preferenciais do Bradesco perderam 6,5% de seu valor e os do Itaú caíram 4,85%.
Os bancos domésticos possuem grandes quantidades de títulos públicos e a queda desses papéis gera preocupações em relação à saúde do sistema financeiro do Brasil.
Segundo Pedro Thomazoni, do Lloyds TSB, o Brasil vive um efeito retardado da crise Argentina. Como muitos bancos estrangeiros tiveram fortes perdas no país vizinho, a ordem, agora, é não correr mais riscos. Dessa forma, a exposição dessas instituições em países da América Latina, em geral, ficou muito reduzida.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros tiveram pequena elevação. Os contratos para janeiro de 2003, os que concentram o maior número de negócios, passaram de 23,36% para 23,55%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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