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MERCADO FINANCEIRO
Ações do setor bancário voltam a cair, após baixa de 4,3% dos C-Bonds; juros têm pequena alta
Bolsa inicia a semana em queda de 2,6%
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
iniciou a semana com desvalorização de 2,62%, a 9.723 pontos. O
volume financeiro foi de R$
647,033 milhões.
Com o dólar em alta e a especulação em torno do cenário político brasileiro, o comportamento
do mercado de ações não poderia
ter sido diferente.
A conclusão do acordo com o
FMI (Fundo Monetário Internacional) não afastou a preocupação do investidor externo com o
cenário brasileiro.
O foco, agora, são as eleições
presidenciais. Pesquisas de intenção de voto mostram que são
grandes as possibilidades de dois
candidatos de oposição -Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro
Gomes (PPS)- irem para o segundo turno. Lula já é conhecido
do investidor estrangeiro e é lembrado por seu discurso, no passado, de suspensão de pagamentos
da dívida externa. Ciro é uma incógnita e avaliado como dúbio
pelo mercado. Agradaria aos investidores a vitória do candidato
do governo, José Serra (PSDB),
por ele representar a continuidade da atual política econômica.
Serra, no entanto, está longe de
decolar nas pesquisas.
O risco-país teve forte alta, mais
uma vez, ontem. O indicador calculado pelo banco JP Morgan subiu 10,8%, para 2.221 pontos.
A preocupação externa levou os
C-Bonds, títulos da dívida externa
brasileira, a cair 4,3% .
A queda dos C-Bonds, mais
uma vez, prejudicou as ações do
setor bancário na Bovespa.
Os papéis preferenciais do Bradesco perderam 6,5% de seu valor
e os do Itaú caíram 4,85%.
Os bancos domésticos possuem
grandes quantidades de títulos
públicos e a queda desses papéis
gera preocupações em relação à
saúde do sistema financeiro do
Brasil.
Segundo Pedro Thomazoni, do
Lloyds TSB, o Brasil vive um efeito retardado da crise Argentina.
Como muitos bancos estrangeiros tiveram fortes perdas no país
vizinho, a ordem, agora, é não
correr mais riscos. Dessa forma, a
exposição dessas instituições em
países da América Latina, em geral, ficou muito reduzida.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros tiveram pequena elevação. Os contratos para janeiro de
2003, os que concentram o maior
número de negócios, passaram de
23,36% para 23,55%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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