São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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CONSUMO

Faturamento do comércio cresceu 15% em julho sobre igual mês de 2001

Vendas reagem com dinheiro do FGTS

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O pagamento da correção do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a partir do mês passado e a fuga de recursos de fundos de investimento (DI e renda fixa) tiveram impacto positivo nas vendas em julho e também para o Dia dos Pais.
Em julho, o faturamento real do comércio da Região Metropolitana de São Paulo subiu 11,53% sobre junho e 15,35% sobre julho de 2001. O levantamento foi feito pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
Do dia 1º ao dia 11 deste mês, a média diária de consultas ao Usecheque, serviço da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que dá idéia das vendas à vista, subiu 19,7% sobre igual período do ano passado. Nas consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), houve empate no período.
O pagamento da correção do FGTS, segundo economistas da Fecomercio, representa acréscimo de 10% a 12% no salário médio das pessoas que trabalham. A estimativa é que cerca de R$ 3 bilhões já entraram na economia.
Quanto aos fundos, houve fuga de investimentos por causa das trapalhadas nos rendimentos e, segundo a Fecomercio, parte desses recursos foi para o consumo.
Fábio Pina, economista da Fecomercio, diz que de julho até dezembro o pagamento da correção do FGTS pode representar praticamente o 14º salário.
Emílio Alfieri, economista da ACSP, diz que as vendas para o Dia dos Pais superaram a expectativa por causa desse dinheiro extra. "Mas ainda não dá para dizer que isso vai se manter."
As lojas de eletroeletrônicos e vestuário registraram maior reação nas vendas em julho. O faturamento real do comércio de duráveis subiu 13,84%, e o de semiduráveis, 18,52% na comparação com junho. No comércio de não-duráveis (supermercados e farmácias), a alta foi de 5,80%.
Na comparação com julho do ano passado, também houve crescimento nas vendas: de 14,77% na linha de duráveis e de 22,06% na de não-duráveis. Esse crescimento se deve ainda ao fato de que em julho do ano passado o país enfrentava o racionamento de energia. As lojas de semiduráveis registraram queda de 7,29%.
Pina acredita que a partir deste mês são as concessionárias de veículos que irão mostrar melhor desempenho nas vendas. Primeiro, por causa do pagamento da correção do FGTS; segundo, porque as revendas deverão realizar promoções para desovar os veículos que lotam os pátios das fábricas.
No acumulado deste ano, o crescimento de vendas é menor. De janeiro a julho, o faturamento real do comércio subiu 0,87% em relação a igual período do ano passado. Nas lojas de eletroeletrônicos, o crescimento foi de 1,08% e, nas de alimentos, de 7,83%. As de roupas e calçados já registraram queda de 21,12% no período.


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