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CONSUMO
Faturamento do comércio cresceu 15% em julho sobre igual mês de 2001
Vendas reagem com dinheiro do FGTS
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O pagamento da correção do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) a partir do
mês passado e a fuga de recursos
de fundos de investimento (DI e
renda fixa) tiveram impacto positivo nas vendas em julho e também para o Dia dos Pais.
Em julho, o faturamento real do
comércio da Região Metropolitana de São Paulo subiu 11,53% sobre junho e 15,35% sobre julho de
2001. O levantamento foi feito pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
Do dia 1º ao dia 11 deste mês, a
média diária de consultas ao Usecheque, serviço da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP)
que dá idéia das vendas à vista, subiu 19,7% sobre igual período do
ano passado. Nas consultas ao
SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), houve empate no período.
O pagamento da correção do
FGTS, segundo economistas da
Fecomercio, representa acréscimo de 10% a 12% no salário médio das pessoas que trabalham. A
estimativa é que cerca de R$ 3 bilhões já entraram na economia.
Quanto aos fundos, houve fuga
de investimentos por causa das
trapalhadas nos rendimentos e,
segundo a Fecomercio, parte desses recursos foi para o consumo.
Fábio Pina, economista da Fecomercio, diz que de julho até dezembro o pagamento da correção
do FGTS pode representar praticamente o 14º salário.
Emílio Alfieri, economista da
ACSP, diz que as vendas para o
Dia dos Pais superaram a expectativa por causa desse dinheiro
extra. "Mas ainda não dá para dizer que isso vai se manter."
As lojas de eletroeletrônicos e
vestuário registraram maior reação nas vendas em julho. O faturamento real do comércio de duráveis subiu 13,84%, e o de semiduráveis, 18,52% na comparação
com junho. No comércio de não-duráveis (supermercados e farmácias), a alta foi de 5,80%.
Na comparação com julho do
ano passado, também houve crescimento nas vendas: de 14,77% na
linha de duráveis e de 22,06% na
de não-duráveis. Esse crescimento se deve ainda ao fato de que em
julho do ano passado o país enfrentava o racionamento de energia. As lojas de semiduráveis registraram queda de 7,29%.
Pina acredita que a partir deste
mês são as concessionárias de veículos que irão mostrar melhor desempenho nas vendas. Primeiro,
por causa do pagamento da correção do FGTS; segundo, porque
as revendas deverão realizar promoções para desovar os veículos
que lotam os pátios das fábricas.
No acumulado deste ano, o
crescimento de vendas é menor.
De janeiro a julho, o faturamento
real do comércio subiu 0,87% em
relação a igual período do ano
passado. Nas lojas de eletroeletrônicos, o crescimento foi de 1,08%
e, nas de alimentos, de 7,83%. As de roupas e calçados já registraram queda de 21,12% no período.
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