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PESQUISA
Verbas para custeio caíram
Corte no orçamento pode paralisar Embrapa
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
A sobrevivência da Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) está ameaçada.
Em fevereiro, o orçamento de
custeio e manutenção de pesquisas da empresa para 2002 foi cortado de R$ 159 milhões para R$ 94
milhões. Segundo a Embrapa, algumas pesquisas podem ser paralisadas até o fim do ano.
De acordo com o Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores
de Instituições de Pesquisa Agropecuária e Florestal), algumas
unidades da empresa, a maior do
gênero na América Latina, já estão sem luz e telefones, cortados
por falta de pagamento, principalmente aquelas sediadas no
Nordeste.
Esses problemas seriam apenas
os mais visíveis, pois, segundo
Selma Beltrão, diretora do sindicato e funcionária da Embrapa
Cerrados, os funcionários de algumas unidades já estariam sem
receber seus vales-refeição e
transporte.
O chefe de gabinete da Embrapa, Erycson Pires Coqueiro, diz
que a direção da empresa está batalhando para conseguir que o orçamento deste ano seja novamente alterado, atingindo o mínimo
de R$ 115 milhões.
"Abaixo disso, será preciso paralisar alguns projetos por falta de
recursos para tocá-los", afirma
Coqueiro. Alguns dos trabalhos
da Embrapa já têm mais de dez
anos e, caso sejam paralisados, o
prejuízo para a agricultura pode
ser incalculável. "Claro que, caso
sejamos obrigados a parar trabalhos, iremos começar com aqueles que podem ser retomados
mais tarde sem prejuízo."
Coqueiro admite que há unidades que já enfrentam problemas
financeiros por conta da redução
do orçamento. Ele diz, porém,
que a dificuldade não é tão grande
quanto afirma o Sinpaf.
De acordo com o sindicato, a
pior situação é a da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas (MG).
A dívida da unidade até julho estaria em R$ 669 mil, com restos a
pagar de 2001.
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