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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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VÔO ERRÁTICO

BC americano mantém taxa em 1% e diz que não haverá alta tão cedo

Fed indica que juros ficarão baixos

Larry Downing - 10.jul.03/Reuters
Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve, o BC dos EUA


DA REDAÇÃO

O Federal Reserve (banco central norte-americano) manteve ontem sua principal taxa de juros inalterada em 1% ao ano, como era previsto pelos analistas. O Fed voltou a fazer um alerta sobre os riscos da deflação e afirmou que os juros ainda deverão permanecer no atual nível por um "período considerável".
Desde janeiro de 2001, quando a taxa estava em 6,5% ao ano, o Fed já fez 13 cortes nos juros, com o objetivo de estimular a economia e reduzir os efeitos da desaceleração na atividade. A taxa de 1% é a mais baixa desde julho de 1958. A única redução neste ano, de 0,25 ponto percentual, ocorreu na reunião de junho do Fed.
Em nota divulgada após a reunião de seu comitê de política monetária, o Fed afirma que os gastos e investimentos estão se recuperando, ainda que o mercado de trabalho não tenha mostrado evidências de estabilização.
Sobre os ricos de deflação, o Fed afirma: "A probabilidade, ainda que pequena, de uma indesejada queda na inflação excede aquela de um aumento na inflação de seu já baixo nível".
Ainda segundo o Fed, "o risco de a inflação se tornar indesejavelmente baixa provavelmente será a principal preocupação no futuro próximo". E conclui que, "nessas circunstâncias", a política monetária "pode ser mantida por um período considerável".
O comunicado divulgado ontem é bem mais claro e objetivo do que os tradicionalmente redigidos pelo Federal Open Market Committee, o comitê de política monetária do Fed. A nota da reunião anterior, em especial, despertou uma grande confusão nos mercados a respeito das intenções da autoridade monetária.
Ao indicar que os juros permanecerão baixos, o Federal Reserve, na opinião dos analistas, tenta conter a recente alta nos juros futuros. A elevação no custo do crédito poderia deixar sob ameaça a ainda instável, mas mais enraizada, recuperação na atividade.
Há dois meses, as taxas de retorno dos papéis do Tesouro com vencimento em dez anos, os mais negociados no país, estavam em 3%, mas subiram para cerca de 4,5%. Após a decisão do Fed, os papéis ficaram estáveis.
Essa elevação nos juros futuros teria ocorrido, entre outros motivos, pela percepção de que o Fed poderia começar a elevar sua taxa ainda neste ano. Por isso, dizem os analistas, o Fed teria optado por emitir desta vez um comunicado em que se compromete em manter a política inalterada por um período mais longo.
A taxa básica de 1% é a utilizada nas operações de curto prazo (overnight) para empréstimos a instituições financeiras. Os juros que os bancos cobram aos consumidores estão em torno de 4% ao ano, os mais baixos em 40 anos.
Os juros baixos favorecem as Bolsas, que oferecem oportunidade de rendimentos maiores. O índice Dow Jones da Bolsa encerrou o dia em alta de 1%.


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