São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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FOMENTO

BID e BNDES assinam convênio para oferecer empréstimos a pequenas firmas

Microempresa terá crédito de US$ 3 bi

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O vice-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Demian Fiocca, e o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, assinaram ontem um convênio em que o BID abre uma linha de crédito no valor de US$ 3 bilhões, destinada a financiar programas do BNDES de apoio a micro, pequenas e médias empresas.
O presidente do banco, Guido Mantega, participou da assinatura por meio de videoconferência.
Mantega destacou que as pequenas e médias empresas do país são responsáveis por 60% da contratação de mão-de-obra no mercado de trabalho brasileiro.
"O convênio vai facilitar o financiamento para pequenas e médias empresas. Esse é um problema não só do Brasil, como também de vários países, principalmente os emergentes. Para nós, é o maior acordo de recursos externos, não celebramos nenhum acordo dessa magnitude", disse Mantega.
Os quatro últimos contratos fechados entre BID e BNDES somaram US$ 3,5 bilhões.
A nova linha de crédito é a primeira a ser aberta pelo BID dentro dessa modalidade.
O primeiro empréstimo a ser contratado dentro da nova linha, de US$ 1 bilhão, foi aprovado nesta semana pelo Senado e deverá ser assinado nos próximos dias. O valor total do programa é de US$ 6 bilhões, com 50% de participação do banco.

"Democracia segura"
Questionado sobre os efeitos da crise política sobre a liberação de recursos para o Brasil, Iglesias afirmou que todos os países enfrentam problemas políticos e que isso faz parte da democracia.
"As instituições no Brasil são muito firmes e a democracia está muito segura", afirmou. Iglesias deve deixar a presidência do BID no dia 30 de setembro.
O custo do empréstimo para o BNDES ficou em Libor mais 0,5% ao ano com prazo de 20 anos. Segundo Fiocca, o banco gerencia os recursos dentro de seu próprio balanço de forma a emprestar em dólares para exportadores e não expor as pequenas empresas que não atuam no mercado externo ao risco cambial.
A demanda por financiamento das médias e pequenas empresas passou de 25% do total de desembolsos em 2000 para 32% dos desembolsos no ano passado.

Microcrédito
Além de aumentar os recursos disponíveis para microempresas, o BNDES anunciou ontem que vai aprovar na próxima quarta-feira a primeira operação no âmbito do Programa de Microcrédito após sua reformulação para a Caixa do Rio Grande do Sul.
O programa de microcrédito foi criado em 1996, mas não havia um acompanhamento efetivo dos recursos emprestados.
"O programa que existia até 2002, até hoje o banco não sabe o perfil socioeconômico do microempreendedor e o bem que o dinheiro público estava fazendo", afirmou Maurício Borges Lemos, diretor da Área Social.
No ano de 2003, ele foi remodelado mas com regras tão rígidas que o banco só registrou uma operação. O objetivo do programa agora é aliar consistência, rigor e procura pelos tomadores de empréstimos.


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