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FOMENTO
BID e BNDES assinam convênio para oferecer empréstimos a pequenas firmas
Microempresa terá crédito de US$ 3 bi
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O vice-presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Demian Fiocca, e o presidente do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), Enrique Iglesias, assinaram ontem um convênio em que o BID abre uma linha
de crédito no valor de US$ 3 bilhões, destinada a financiar programas do BNDES de apoio a micro, pequenas e médias empresas.
O presidente do banco, Guido
Mantega, participou da assinatura por meio de videoconferência.
Mantega destacou que as pequenas e médias empresas do país
são responsáveis por 60% da contratação de mão-de-obra no mercado de trabalho brasileiro.
"O convênio vai facilitar o financiamento para pequenas e
médias empresas. Esse é um problema não só do Brasil, como
também de vários países, principalmente os emergentes. Para
nós, é o maior acordo de recursos
externos, não celebramos nenhum acordo dessa magnitude",
disse Mantega.
Os quatro últimos contratos fechados entre BID e BNDES somaram US$ 3,5 bilhões.
A nova linha de crédito é a primeira a ser aberta pelo BID dentro dessa modalidade.
O primeiro empréstimo a ser
contratado dentro da nova linha,
de US$ 1 bilhão, foi aprovado nesta semana pelo Senado e deverá
ser assinado nos próximos dias. O
valor total do programa é de US$
6 bilhões, com 50% de participação do banco.
"Democracia segura"
Questionado sobre os efeitos da
crise política sobre a liberação de
recursos para o Brasil, Iglesias
afirmou que todos os países enfrentam problemas políticos e
que isso faz parte da democracia.
"As instituições no Brasil são
muito firmes e a democracia está
muito segura", afirmou. Iglesias
deve deixar a presidência do BID
no dia 30 de setembro.
O custo do empréstimo para o
BNDES ficou em Libor mais 0,5%
ao ano com prazo de 20 anos. Segundo Fiocca, o banco gerencia os
recursos dentro de seu próprio
balanço de forma a emprestar em
dólares para exportadores e não
expor as pequenas empresas que
não atuam no mercado externo
ao risco cambial.
A demanda por financiamento
das médias e pequenas empresas
passou de 25% do total de desembolsos em 2000 para 32% dos desembolsos no ano passado.
Microcrédito
Além de aumentar os recursos
disponíveis para microempresas,
o BNDES anunciou ontem que
vai aprovar na próxima quarta-feira a primeira operação no âmbito do Programa de Microcrédito após sua reformulação para a
Caixa do Rio Grande do Sul.
O programa de microcrédito foi
criado em 1996, mas não havia
um acompanhamento efetivo dos
recursos emprestados.
"O programa que existia até
2002, até hoje o banco não sabe o
perfil socioeconômico do microempreendedor e o bem que o
dinheiro público estava fazendo",
afirmou Maurício Borges Lemos,
diretor da Área Social.
No ano de 2003, ele foi remodelado mas com regras tão rígidas
que o banco só registrou uma
operação. O objetivo do programa agora é aliar consistência, rigor e procura pelos tomadores de
empréstimos.
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