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LEÃO GULOSO
Receita em julho foi de R$ 31,649 bi, a maior até hoje para o mês; no ano, são R$ 207,375 bi, outra marca histórica
Arrecadação tributária bate novos recordes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação dos impostos e
contribuições do governo federal
somou R$ 31,649 bilhões em julho. Seguindo a tendência dos últimos anos, o valor é recorde para
o mês, pois a arrecadação do governo vem crescendo continuamente, acompanhando o aumento da carga tributária.
Entre janeiro e julho, a arrecadação federal foi de R$ 207,375 bilhões. Em termos reais, ou seja,
descontada a inflação do período,
em julho a arrecadação cresceu
5,48% em relação ao mesmo período do ano passado. Até julho, a
variação foi de 6,09% na comparação com os sete primeiros meses de 2004.
Comparada a junho, a arrecadação de julho caiu apenas 0,04%,
em termos reais. O total de junho
foi de R$ 31,661 bilhões. Para Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita Federal, a comparação mais eficiente é a feita com o
mesmo mês do ano anterior, já
que os meses são marcados por
sazonalidades, ou seja, características próprias de cada período. Segundo ele, o aumento da arrecadação está relacionado também à
maior eficiência na fiscalização.
"Com o esforço da Receita e o
desempenho da economia, apesar
do atual momento político, a arrecadação tem apresentado patamares razoavelmente positivo em
termos de expectativa e necessidades do governo para enfrentar
os gastos e investimentos."
A desvalorização do dólar causou impacto na arrecadação do
Imposto de Importação, que caiu
17,02% em relação a julho de
2004. Isso ocorre porque a alíquota incide sobre o preço do produto em dólar, que, com a desvalorização da moeda americana, passa
a custar menos em reais.
"Essa queda não preocupa porque o Imposto de Importação é
regulatório e não tem função arrecadatória", disse Pinheiro. A arrecadação com o Imposto de Importação somou R$ 740 milhões
em julho. O imposto representa
2,48% do total arrecadado.
A desvalorização média do
câmbio em julho foi de 21,84%. O
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) vinculado às importações também sofreu o mesmo efeito -a receita caiu 14,07%
em relação a julho de 2004.
O Imposto de Renda de pessoas
físicas e jurídicas, que eqüivale a
cerca de 33% da arrecadação total, foi de R$ 9,504 bilhões em julho, 3,63% acima do arrecadado
em julho de 2004. Nos sete primeiros meses do ano, o governo
arrecadou R$ 71,045 bilhões com
o tributo, 32,69% a mais do que
em 2004.
A Cofins (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social), o segundo tributo que mais
arrecada, somou R$ 7,892 bilhões
no mês passado -aumento de
13,87% em relação ao mesmo período do ano anterior. De janeiro
a julho, a arrecadação do tributo
aumentou 24,23%. A soma foi de
R$ 50,313 bilhões.
Em julho, o Ministério do Desenvolvimento enviou ao Congresso a MP 252, chamada de
"MP do Bem". O objetivo do governo é reduzir a carga tributária
dos investimentos voltados para a
exportação. Quem exportar pelo
menos 80% de sua produção vai
ficar isento do pagamento do IPI e
da Cofins na compra de máquinas e equipamentos. Mas a atual
crise política tem atrasado a votação da MP no Congresso.
Desde o ano passado, o governo
vem adotando medidas para reduzir outros tributos federais sobre os investimentos. No mês passado, o Ministério da Fazenda
concluiu um redução gradual do
IPI. A alíquota passou a zero para
os novos investimentos.
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