São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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ECONOMIA GLOBAL

Saldo negativo atinge US$ 58,8 bilhões em junho, alta de 6,1%; rombo com China atinge recorde

Petróleo eleva déficit comercial dos EUA

DA FOLHA ONLINE

O déficit comercial dos Estados Unidos registrou alta de 6,1% em junho na comparação com maio e atingiu US$ 58,8 bilhões. O avanço se deve, sobretudo, à alta dos preços do petróleo, que pressionaram as importações.
Os números divulgados ontem superam as previsões de analistas, que esperavam um déficit em torno de US$ 57,2 bilhões.
De acordo com economistas, o ritmo de crescimento da economia americana -que subiu 3,4% no segundo trimestre- e o preço ascendente do petróleo indicam que o déficit deve continuar aumentando nos próximos meses.
A importação de petróleo atingiu um recorde de US$ 19,9 bilhões, valor 9,8% maior que o apurado em maio. O preço médio do barril do petróleo importado em junho ficou em US$ 44,40, segundo maior preço médio mensal já registrado, superado apenas pelos US$ 44,76 de abril.
O déficit dos EUA em relação à China atingiu em junho o recorde de US$ 17,6 bilhões, superando os US$ 16,8 bilhões de outubro passado. Em 2004, o déficit em relação à China atingiu US$ 162 bilhões, o maior já registrado entre os EUA e um parceiro comercial.
Em termos anualizados, o déficit comercial americano ficou em US$ 686 bilhões em junho, cerca de 11% acima do alcançado no ano passado, US$ 617,6 bilhões.

As Bolsas dos EUA continuaram a trajetória de baixa ontem, influenciadas pelo aumento do déficit e pela alta do petróleo.
A Bolsa de Valores de Nova York registrou queda ontem, com desvalorizações de 0,8% no índice Dow Jones e de 0,6% no S&P 500. A Bolsa eletrônica Nasdaq fechou em baixa de 0,8%.
O dólar também caiu devido ao resultado do déficit comercial, que fez com que os investidores voltassem a se preocupar com os "déficits gêmeos" dos EUA (fiscal e em conta corrente). O euro subiu para US$ 1,2434, ante US$ 1,2430 na véspera em Nova York.
O déficit fiscal dos EUA, divulgado na quarta-feira, teve queda em julho, e tudo indica que pode fechar o ano fiscal (que termina em setembro) com total menor que o registrado em 2004. Apesar disso, o rombo ainda é grande, e o resultado da balança comercial mostra que o déficit em conta corrente deve continuar crescendo.


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