São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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AGRICULTURA

Terceiro levantamento da Conab estima produção de 871 mil sacas a mais do que previsão anterior, feita em abril

Governo prevê aumento da safra de café

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A produção brasileira de café na safra 2005/6 foi estimada em 33,3 milhões de sacas, com redução de 15,1% em relação ao volume da anterior (39,27 milhões).
Os dados são do terceiro levantamento de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgados ontem, e apresentam crescimento de 2,68% (ou 871 mil sacas) em relação à pesquisa feita em abril.
"A expectativa, do mercado e do governo, era de crescimento um pouco menor em relação a abril", afirmou o secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Linneu Carlos da Costa Lima.
O governo explica a queda em relação à safra passada devido à bienalidade -a planta alterna uma grande produção em um ano com outra menor no período seguinte-, mas também ao clima desfavorável na principal área produtora (a região Sudeste) no final do ano passado, quando houve chuvas excessivas.
O clima foi favorável nos últimos meses e é um dos fatores que explicam o crescimento da safra em relação ao último levantamento. Os outros, segundo o governo, são a melhoria tecnológica e o controle fitossanitário.
A produção de café arábica, com participação de 72,8% na safra do país, é estimada em 24,25 milhões de sacas (a safra anterior foi 7,47 milhões maior). Serão 9,07 milhões de sacas do café robusta (mais 20,1%, ou 1,52 milhão de sacas sobre a safra anterior).
Apesar da diminuição da safra, o governo estima exportar em 2005 o mesmo volume do ano passado: 26 milhões de sacas. Em 2004, as vendas externas renderam US$ 2,6 bilhões. Como os preços registraram melhora, o governo estima arrecadar US$ 3 bilhões neste ano.
O consumo interno também deve se manter no mesmo patamar de 2004 (15 milhões de sacas), mas, de acordo com o governo, os estoques são suficientes para suprir a demanda.
Costa Lima disse que o objetivo do governo é levar o Brasil, maior produtor e exportador, também ao posto de maior consumidor. Os EUA consomem cerca de 20 milhões de sacas por ano. "Estamos crescendo mais do que eles. Acredito que, dentro de três a cinco anos, iremos ultrapassá-los."


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