São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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ESTRADAS
Tarifa pode ser reduzida
NovaDutra quer mais praças de pedágio


JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
free-lance para a Folha Vale

O diretor-presidente da NovaDutra, Evandro Sarubby, afirmou ontem que a única alternativa viável para a redução da tarifa de pedágio ao longo da estrada, que está sendo avaliada pelo governo federal, é a criação de novas praças de cobrança de tarifa.
A empresa pode enviar uma proposta oficial para o governo, mas ainda não definiu uma data para fazer o pedido.
O diretor de concessões rodoviárias do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), Lívio Rodrigues de Assis, disse ontem que mudanças na distribuição das praças de pedágio só serão aprovadas se for mantido o valor pago pelo motorista durante todo o percurso.
O impasse sobre o valor da tarifa foi criado após a greve dos caminhoneiros, quando o governo suspendeu o reajuste de 8,56% que seria aplicado neste mês. O aumento elevaria a tarifa básica, cobrada para automóveis, de R$ 3,50 para R$ 3,80.
O presidente da NovaDutra disse que as novas praças -hoje são quatro, entre São Paulo e Rio- permitiriam um aumento no número de motoristas que pagam pedágio.
Hoje, de acordo com a concessionária, só pagam o pedágio 80 mil dos cerca de 150 mil motoristas que trafegam pela via Dutra.
O modelo defendido pela concessionária prevê a instalação de praças para impedir que motoristas trafeguem pela rodovia sem pagar a tarifa.
Atualmente, o motorista que deixa Jacareí (68 km de SP) rumo a Taubaté (134 km de SP), passando por São José dos Campos (97 km de SP), as três principais cidades do Vale do Paraíba, fica livre do pedágio.
Outra alteração na distribuição das praças de pedágio, na opinião de Sarubby, poderia impedir que os motoristas utilizem acessos para outras rodovias sem pagar.
Além de suspender o aumento, o governo federal criou uma comissão interministerial para negociar as reivindicações dos caminhoneiros, entre elas a que pede a queda na tarifa do pedágio.
A NovaDutra diz que a manutenção da tarifa está provocando um prejuízo mensal de R$ 1,4 milhão, para uma receita que varia de R$ 15 milhões a R$ 17 milhões.
Sarubby praticamente descartou outras propostas que estão sendo estudadas pelo governo federal, de redução dos investimentos e do número de pessoal nos serviços ao usuário, por exemplo.
A NovaDutra mantém 500 funcionários em 11 bases operacionais. Há equipes de socorro médico a cada 35 quilômetros de estrada, com uma média de 34 atendimentos por dia. A empresa diz já ter investido R$ 550 milhões em obras e equipamentos e R$ 300 milhões em despesas operacionais, o que representaria 70% do valor previsto na concessão.


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