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TRABALHO
Metalúrgicos vão exigir o contrato coletivo
CUT e Força querem parar montadoras
FÁBIA PRATES
em São Paulo
Em reunião ontem em São Paulo, dirigentes de sindicatos metalúrgicos ligados à CUT (Central
Única dos Trabalhadores) e à Força Sindical decidiram convocar
greve geral da categoria a partir de
14 de setembro, caso os empresários do setor ignorem a reivindicação dos sindicalistas de se implantar no país um contrato coletivo de trabalho.
A intenção é mobilizar cerca de
250 mil trabalhadores de montadoras e autopeças.
Pela primeira vez na história, as
duas entidades estão se unindo,
sob o argumento de preservar os
empregos e evitar o que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, chama
de "dumping social".
Pela tese dos sindicalistas, o
contrato coletivo garantiria condições sociais iguais aos metalúrgicos de todos os Estados. Isso
evitaria a migração de empregos.
No encontro de ontem, as entidades definiram um pauta única de
reivindicações a ser encaminhada
ao Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores),
ao Sindipeças (Sindicato das Indústrias de Autopeças) e ao governo federal.
Um dos pedidos é o estabelecimento de piso unificado. Segundo informações da Confederação
Nacional dos Metalúrgicos
(CNM), a diferença dos salários
pagos pelas montadoras nos diversos Estados chega a 150%.
Técnicos das duas entidades
ainda vão definir um valor a ser
pleiteado. Eles querem também
recomposição de perdas salariais,
redução da jornada para 36 horas
e salário profissional.
Ao governo, pedirão garantia de
emprego, renovação do acordo
automotivo, nacionalização das
peças e um programa de renovação da frota.
Os metalúrgicos querem pressionar o governo a exigir de empresas que receberem incentivos
fiscais a garantia de não demitir
no período de vigência do contrato de incentivos.
As propostas serão consolidadas na próxima sexta-feira. No
dia 24, serão submetidas aos metalúrgicos, em assembléia, quando deverá haver paralisação da
produção por cerca de duas horas. No dia 25, serão entregues aos
sindicatos patronais.
O presidente do Sinfavea não foi
localizado para comentar as propostas.
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