São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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TRABALHO
Metalúrgicos vão exigir o contrato coletivo
CUT e Força querem parar montadoras

FÁBIA PRATES
em São Paulo

Em reunião ontem em São Paulo, dirigentes de sindicatos metalúrgicos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à Força Sindical decidiram convocar greve geral da categoria a partir de 14 de setembro, caso os empresários do setor ignorem a reivindicação dos sindicalistas de se implantar no país um contrato coletivo de trabalho.
A intenção é mobilizar cerca de 250 mil trabalhadores de montadoras e autopeças.
Pela primeira vez na história, as duas entidades estão se unindo, sob o argumento de preservar os empregos e evitar o que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, chama de "dumping social".
Pela tese dos sindicalistas, o contrato coletivo garantiria condições sociais iguais aos metalúrgicos de todos os Estados. Isso evitaria a migração de empregos. No encontro de ontem, as entidades definiram um pauta única de reivindicações a ser encaminhada ao Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores), ao Sindipeças (Sindicato das Indústrias de Autopeças) e ao governo federal.
Um dos pedidos é o estabelecimento de piso unificado. Segundo informações da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), a diferença dos salários pagos pelas montadoras nos diversos Estados chega a 150%.
Técnicos das duas entidades ainda vão definir um valor a ser pleiteado. Eles querem também recomposição de perdas salariais, redução da jornada para 36 horas e salário profissional.
Ao governo, pedirão garantia de emprego, renovação do acordo automotivo, nacionalização das peças e um programa de renovação da frota.
Os metalúrgicos querem pressionar o governo a exigir de empresas que receberem incentivos fiscais a garantia de não demitir no período de vigência do contrato de incentivos.
As propostas serão consolidadas na próxima sexta-feira. No dia 24, serão submetidas aos metalúrgicos, em assembléia, quando deverá haver paralisação da produção por cerca de duas horas. No dia 25, serão entregues aos sindicatos patronais.
O presidente do Sinfavea não foi localizado para comentar as propostas.


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