São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

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PAINEL S.A.

Inflação
O economista Luiz Roberto de Azevedo Cunha, da PUC do Rio, acha precipitação o BC aumentar os juros diante da ameaça de uma alta da inflação. Segundo ele, não há diferença se a inflação subir de 6,5% para 7,5%.

Choque de oferta
Para Cunha, as altas de preços que ocorram agora, como no caso do petróleo, serão em razão de um choque de oferta na economia. E, como se sabe, choques de oferta não devem ser combatidos com alta nas taxas de juros.

Dor de barriga
Roberto Teixeira da Costa, do Banco Sul América, disse que já deixou de se preocupar com o dólar no Brasil. "A maneira que o Brasil encontrou para mostrar que acredita nos Estados Unidos foi comprar dólar", afirmou. "Daqui a pouco até dor de barriga vai ser curada com a compra do dólar."

Sem problemas
Everardo Maciel (Receita Federal) informa que não não se sentiu nem um pouco atingido pelo fato de as negociações com a CNI para a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) no Congresso terem passado para as mãos de Sergio Amaral (Desenvolvimento).

Tudo acertado
Segundo Maciel, a ação de Amaral na CNI foi toda combinada com ele. De qualquer forma, a intervenção de Amaral não adiantou muito. A CNI manteve sua posição de não aprovar a PEC, que determina a taxação sobre a importação de todos os bens e serviços.

Arrecadação em alta
Everardo Maciel não vê nenhuma contradição no fato de a arrecadação de impostos subir, apesar da desaceleração da economia. "Pela arrecadação, o que se observa apenas é que não há queda no faturamento das empresas", afirmou.

Promoção
O brasileiro Ruy Hirschheimer, presidente da Electrolux no país, será o CEO da empresa sueca para a América Latina. No ano passado, a filial brasileira faturou R$ 997 milhões, 2,5% do total global da Electrolux.

Concorrência direta
Grandes fabricantes de tecido, como a Santista, decidiram verticalizar a produção e atuar também na confecção final de vestuário. Na avaliação do setor têxtil, as empresas tradicionais serão ainda mais pressionadas a se modernizar para se manter no mercado.

Consultor VIP
Recém-saído da presidência de 13 anos na Câmara Americana de Comércio, John Mein negocia para ser consultor da Camara-e.net. A entidade quer usar a experiência do executivo para aumentar o número de sócios, estabelecer parcerias e ampliar seu peso político.

Efeito terrorismo
Em um dia, dobrou o número de presenças confirmadas para a palestra sobre o ""momento econômico" que o estrategista-chefe do HSBC Investment Bank, Dawber Gontijo, fará hoje para empresários, em Ribeirão Preto.

Vendas
As vendas no varejo aumentaram 1,88% em São Paulo no mês de agosto em relação a julho, segundo levantamento da Fecomércio. Mas o faturamento real do mês caiu 12,31% se comparado com agosto de 2000.
E-mail - guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

O termômetro da inflação

O mercado ontem operou muito menos tenso do que na terça-feira, dia da tragédia americana, mas, mesmo assim, o câmbio não parou de subir. O dólar sofreu nova valorização e fechou cotado a R$ 2,63, com alta de 0,83%. ""O real parece ter entrado num processo de desvalorização difícil de inverter", afirmou Odair Abate, economista do Lloyds.
O dólar servirá como uma espécie de termômetro para o comportamento da inflação deste e do próximo ano. Se não houver uma queda do dólar nos próximos meses, será muito difícil o país cumprir a meta de 3,5% prevista para 2002. O problema é que, para os economistas, o Brasil permanecerá vulnerável, principalmente pela situação das contas externas.

NO MERCADO

Mesmo em um dia de fortes altas na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações preferenciais da Telesp Celular Participações tiveram uma recuperação tímida. A valorização de 3,9% dos papéis ontem é bastante pequena perto dos 39% de baixa da semana passada.

FRASE

Daqui a pouco, até dor de barriga irá se curar com a compra de dólar


Roberto Teixeira da Costa, Sul América

NÚMEROS

466,2 mil
Foi o total de motociclos vendidos até agosto, 21,96% mais do que em igual período de 2000, segundo a Abraciclo.

0,94%
Foi a queda dos preços ao consumidor no Rio de Janeiro nos 30 dias terminados dia 6 deste mês, segundo o IPCV.


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