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TRABALHO
Central procura Fiesp para fazer campanha conjunta contra a prática
CUT quer levar "listas negras" à OIT
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A CUT procurou a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para que, juntas, façam uma campanha de combate às "listas negras" feitas por empresas contra trabalhadores que movem ações trabalhistas.
A central também vai apresentar denúncia a representantes da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A Força Sindical e a CGT (Confederação Geral dos
Trabalhadores) informaram que
desconhecem esse tipo de prática,
mas que pretendem discutir o assunto com seus sindicatos.
Essas listas, feitas por meio de
sites da Justiça do Trabalho que
permitiam a consulta de processos pelo nome do trabalhador,
são ilegais e estão sendo elaboradas por empresas que discriminam empregados que movem
ações contra ex-patrões.
A existência das listas foi revelada pela Folha em reportagem publicada no domingo. Procuradores também investigam o uso de
certidões negativas na contratação. Como os sites da Justiça começaram a retirar a consulta pelo
nome do trabalhador, as empresas estão exigindo que candidatos
a um emprego levem declarações
de que não têm ações trabalhistas.
O presidente da CUT, João Felício, disse que alguns trabalhadores fizeram denúncias anônimas à
central. Mas, com medo de dar
pistas de quem eram aos sindicatos, nem comentavam os nomes
de empresas envolvidas. "O trabalhador teme ser ainda mais discriminado se for descoberto.
Após a reportagem da Folha, já
procuramos entidades patronais
para que se pronunciem."
A assessoria da Fiesp informou
que a federação vai avaliar o pedido de audiência para discutir o assunto. A CNI (Confederação Nacional das Indústrias) deve discutir a questão na próxima semana
durante reunião de sua diretoria.
O presidente em exercício da
Força Sindical, João Carlos Gonçalves, disse ontem que desconhecia essa forma de discriminação. "Sabíamos que cipeiros [integrantes da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)" e
sindicalistas eram perseguidos,
mas não os que brigavam por seus
direitos na Justiça." Ele disse que
os sindicatos atendem mais os
trabalhadores empregados. "Mas
é preciso dar atenção também a
quem perdeu o emprego."
O presidente da CGT, Antonio
Carlos dos Reis, disse que "as centrais deveriam fazer uma campanha nacional denunciando essa safadeza".
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