São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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Déficit na conta corrente dos EUA atinge US$ 130 bi no trimestre

DA REPORTAGEM LOCAL

O dia de ontem foi de más notícias para a economia norte-americana. O número de pedidos de seguro-desemprego no país aumentou 4,71% na primeira semana de setembro e o déficit em conta corrente cresceu 15,6% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano.
O déficit, divulgado ontem pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, foi recorde para um trimestre e atingiu US$ 130 bilhões, cerca de 5% do PIB (Produto Interno do Bruto) do país. O resultado surpreendeu analistas do mercado financeiro, que previam um déficit de, no máximo, US$ 126 bilhões.
Para especialistas, o saldo de transações correntes é considerado um dos mais eficientes mecanismos para avaliar o desempenho da economia de um país, pois mede não apenas exportações e importações, mas, também, outras transações, como fluxos de investimentos.
De acordo com o governo americano, o saldo negativo pode ser atribuído à elevação de investimentos americanos fora do país. Porém o aumento das importações de de bens de consumo, notadamente carros, também impulsionaram o crescimento do déficit na conta corrente dos EUA no segundo trimestre.
A esses fatores, somaram-se também maiores gastos com importação de petróleo, que subiram em decorrência da alta dos preços no mercado internacional.
A queda no nível de investimento direto também foi acentuada: despencou de US$ 16,2 bilhões para $1 bilhão.
O aumento de pedidos de seguro-desemprego também foi recorde- o maior nos últimos quatro meses-, chegando a 426 mil na primeira semana de setembro.

Pé no freio
Segundo especialistas, índices semanais relativos à atividade no mercado de trabalho são voláteis e, por isso, frequentemente revistos. Porém, como o número de pedidos de seguro-desemprego cresceu nas últimas quatro semanas, há sinais claros de desaquecimento na economia dos EUA.
Analistas esperam que a manutenção de um dólar mais fraco, que torna os produtos norte-americanos mais competitivos, e a recuperação da economia mundial possam alavancar as exportações do país e suavizar o déficit nos próximos meses.
O levantamento do Departamento de Comércio também revelou superávit na categoria de serviços. No segundo trimestre, o valor foi de US$ 12 bilhões contra US$ 10,9 bilhões registrados nos primeiros três meses de 2002.


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