São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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Bank of America e fundo chinês querem Lehman

Reunião de emergência é feita em NY; ação do AIG cai 31%

DA REDAÇÃO

A história de 158 anos do Lehman Brothers como uma instituição independente pode chegar ao fim neste final de semana, aumentando os rumores de que o quarto maior banco de investimento dos EUA será negociado até amanhã.
Segundo o "Financial Times", o Bank of America aparece como o mais provável candidato para o adquirir o Lehman Brothers. O jornal afirma que o banco estuda uma compra conjunta com a firma de investimento JC Flowers e o CIC, o fundo do governo chinês.
Caso o consórcio realmente leve o Lehman, eles dividiriam as divisões do banco de investimento. Os banco britânicos Barclays e HSBC também estariam interessados na aquisição da instituição americana.
Ontem à noite, a divisão de Nova York do BC dos EUA fez uma reunião de emergência com os principais executivos de Wall Street para discutir o futuro do Lehman e dos mercados financeiros americanos. Estavam na reunião, entre outros, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, dirigentes da SEC (a CVM americana), do Merrill Lynch e do Morgan Stanley.
"Nada além de um milagre pode salvar o Lehman Brothers do jeito que ele é hoje. É altamente improvável que o Lehman continue existindo na segunda-feira de manhã", afirmou Anthony Sabino, professor da Universidade St. John.
A grande dúvida que cerca os mercados é como será a ajuda do governo. Pessoas próximas a Paulson afirmam que ele está determinado a não colocar dinheiro federal no banco.
A posição de Paulson é diferente da adotada no final de março, quando a compra do Bear Stearns pelo JPMorgan foi bancada pelo BC dos EUA.
A mudança de atitude do secretário, dizem pessoas ligadas a ele, deve-se principalmente a dois fatos: o mercado já sabe há bastante tempo dos problemas do Lehman e, portanto, pode se preparar e, diferentemente de março, os bancos de investimento podem pegar empréstimos direto do Fed, o que até então só era permitido para as instituições comerciais.
Mas, sem a ajuda do governo, a dúvida é qual instituição irá querer o Lehman, que perdeu quase US$ 7 bilhões entre o segundo e o terceiro trimestres fiscais. O BofA, por exemplo, ainda está assimilando a aquisição da Countrywide Financial, a maior empresa de concessão de crédito imobiliário dos EUA.
Com o banco parecendo caminhar para a sua venda, as ações do Lehman Brothers tiveram ontem mais um dia de queda, desvalorizando-se em 13,51%. Elas -que terminaram a semana passada valendo US$ 16,20- encerraram o pregão de ontem cotadas a US$ 3,65.
Ontem, as ações da seguradora AIG tiveram o pior dia de sua história, ao recuar 30,6%, sob o temor de que a empresa registre fortes perdas contábeis em seus próximos balanços, em razão de sua elevada exposição a títulos hipotecários.

Dados
O PPI (índice de inflação ao produtor, na sigla em inglês) teve deflação de 0,9% no mês passado, depois de se expandir em 1,2% em julho. Foi a maior queda do índice de inflação em quase dois anos.
Já o núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e energia, mais voláteis) subiu 0,2% ante julho, quando a alta foi de 0,7%.


Com agências internacionais


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