São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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Demanda externa salva estratégia das empresas

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a demanda por produtos reprimida no país, não há razão para as empresas brasileiras decidirem fabricar itens nacionais que substituirão os importados. Certo? Afinal, para quem vender se não há consumidores interessados em gastar?
Na prática, a substituição de importados ocorre porque é localizada em alguns setores ou porque atende a demanda externa.
Por essa razão, o movimento ocorre, ainda que o país viva uma situação de retração econômica.
Portanto, pela análise de especialistas em comércio exterior, a substituição é verificada em áreas onde a demanda sofreu poucos abalos. Nesse caso entram, por exemplo, itens com alto valor agregado, como telas de cristal líquido para aparelhos celulares (que atinge um público de alto poder aquisitivo). A Philips iniciou um processo de troca desses itens que vinham da Europa por fabricados no país, segundo a Folha apurou.
Nesse grupo, entram companhias da área alimentícia, que ainda registram saldo positivo de vendas no ano. Os equipamentos usados por essas empresas foram foco de atenção dos fabricantes de bens de capital. "Tentamos comprar todo o maquinário possível no Brasil e passamos a ter nos últimos anos muito mais opções", diz Paulo Cardamone, gerente da Bauducco.
Em outras áreas, a substituição de importados patina há tempos. Não há grandes pedidos de máquinas nacionais para o setor de autopeças, por exemplo. Com isso, projetos para o desenvolvimento de equipamentos na área estão parados, diz a Romi, fabricante de máquinas.
Segundo expositores presentes no Salão do Automóvel, que acontece em São Paulo, o nível de investimentos da indústria de autopeças em 2002 será o mais baixo dos últimos anos.



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